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Empresário processa casa de apostas por perdas de R$ 7 milhões

Tribunal de Apelação do Reino Unido analisa se empresa falhou ao não agir diante de sinais de vício em apostas

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Casa de apostas
Justiça britânica julga se operadora deve responder por perdas de cliente que alega comportamento compulsivo

O britânico Lee Gibson, 47, tenta reaver cerca de £1 milhão, o equivalente a pouco mais de R$ 7 milhões, perdidos ao longo de dez anos em apostas de futebol. O caso, que começou a ser analisado nesta quarta-feira (8) pelo Tribunal de Apelação do Reino Unido.

Gibson acumulou fortuna no setor imobiliário em Leeds e, segundo sua defesa, começou a apostar de forma recorrente em 2009. 



Ao longo de uma década, realizou mais de 30 mil apostas — algumas de até £20 mil —, vendendo parte de seus imóveis para sustentar o vício. Ele afirma que a empresa responsável pela plataforma deveria tê-lo identificado como um jogador compulsivo e limitado seu acesso.

Vício e responsabilidade

O empresário argumenta que a casa de apostas possuía dados suficientes para reconhecer o padrão de comportamento. A empresa, no entanto, não apenas manteve a conta ativa, como o incluiu em um programa de clientes VIP, oferecendo convites para eventos e um gerente exclusivo. 

Em 2024, a Alta Corte havia rejeitado o pedido de indenização. O juiz responsável entendeu que Gibson havia declarado possuir recursos compatíveis com suas apostas, o que isentaria a empresa de culpa. 

O empresário recorreu, alegando que, mesmo diante dessas declarações, a companhia tinha a obrigação de aplicar mecanismos de prevenção previstos nas licenças de operação.

Debate sobre regulação

A casa de apostas nega qualquer falha. Em nota, afirma que seguiu todos os protocolos exigidos pelos órgãos reguladores e que, caso fosse impedido de jogar, Gibson teria migrado para outras plataformas.

O julgamento deve se estender nas próximas semanas. A decisão, ainda sem data prevista, poderá influenciar casos semelhantes em um setor que movimenta bilhões de libras por ano e é alvo crescente de discussões sobre responsabilidade corporativa e saúde mental.