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Especialista explica a agressão sofrida pela faxineira na zona sul de belo horizonte

Psicólogo analisa as imagens e avalia se comportamentos agressivos e impensados podem ser vistos como transtornos mentais

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Foto: Reprodução

Casos como o da agressão sofrida pela faxineira nesta sexta-feira (16),  no bairro de Lourdes, na região centro-sul de BH, causam grande comoção na sociedade e levam a busca por explicações do porquê  pessoas desconhecidas tomam atitudes impulsivas e partem para a agressividade. 

A reportagem do Aqui consultou um especialista para avaliar a situação.

A partir da análise das imagens, o psicólogo clínico e estudante de psicanálise, Thiago Edmundo, acredita ser muito melindroso  buscar um diagnóstico  no campo da saúde ou da psicopatologia para tentar justificar as agressões.

Segundo o psicólogo, é fundamental que primeiro seja feita uma leitura do panorama do local onde os fatos ocorreram. “O que eu posso dizer é da situação social que está posta ali, uma diferença de classe, uma diferença de gêneros e uma soberba, um autoritarismo da parte do rapaz que acha que consegue dar lições práticas de como as pessoas devem agir, a partir de um pensamento que é próprio, que é dele.”

Meio Ambiente

O diálogo do agressor com a vítima exaltando o desperdício de água do meio ambiente perde totalmente o sentido ecológico a partir da imposição da violência, segundo o psicólogo: “Falamos sobre o desperdício de água? Pois bem, então como vamos resolver isso? Jogando água na cara das pessoas que lavam a calçada? É uma pauta que fica completamente esvaziada por conta da ação que ele segue com aquela mulher,” analisa.

Segundo o especialista, essa não é a forma de conseguirmos colocar nossos argumentos em relação ao que podemos fazer para trazer um pouco mais de consciência às pessoas. “Essa não é a maneira correta para as trocas comunitárias, para a relação com o meio ambiente, para relação com as mulheres e para tudo que está colocado ali”.

Misoginia

Thiago destaca a forma de abordagem do homem e considera a postura tomada por ele extremamente antissocial e misógina. “Ele está buscando ali se impor com o corpo diante de uma mulher, derruba ela no chão e segue como se tivesse cumprido um papel, achando que fez o que devia ser feito.

O psicólogo não acredita que o homem possa ter tido algum tipo de transtorno. Ele avalia que, infelizmente, esta é a forma que alguns homens entendem que podem tratar uma mulher, uma empregada doméstica, uma pessoa que é assalariada ou que está fazendo um trabalho de limpeza. 

“A questão que está colocada é uma questão social, é territorial, e é de gênero. O que aconteceu ontem não deve se repetir por nenhuma das justificativas que aquele rapaz tentasse. É um crime, ele agrediu uma a mulher e ele precisa  ser localizado, identificado e responder por isso nesta altura”, conclui.

Investigação

A Polícia Civil de Minas Gerais, (PCMG), informou neste sábado (17) que está prestando acolhimento à vítima, que optou por fazer uma representação criminal contra o suspeito. Segundo a nota da PCMG, um procedimento investigativo será instaurado para apuração devida dos fatos e responsabilização do autor. A Polícia Civil ressaltou ainda que a vítima foi submetida a exame de corpo de delito e que o laudo oficial, já confeccionado, vai contribuir na investigação do caso.

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