Recentemente, uma estátua de mármore com mais de dois mil anos foi encontrada em circunstâncias misteriosas perto da cidade grega de Thessaloniki. A estátua, que não tinha cabeça, foi localizada por um morador ao lado de um saco de lixo perto de uma lixeira em Neoi Epivates, nos arredores da segunda maior cidade do país. O achado chama a atenção não apenas pela sua antiguidade, mas também pelo local incomum e casual de sua descoberta.
Depois de ser entregue às autoridades locais, especialistas arqueológicos foram contatados para avaliar a importância da peça. Após a análise inicial, ela foi identificada como pertencente ao período helenístico, caracterizado por um notável florescimento cultural e artístico, seguido pelas conquistas de Alexandre, o Grande. A estátua agora está sendo cuidadosamente examinada pelos arqueólogos antes de ser entregue a uma autoridade de antiguidades para preservação e estudo aprofundado.
Descobertas arqueológicas acidentais são relativamente comuns na Grécia, um país famoso pelo seu rico patrimônio antigo. Durante a construção civil ou obras públicas, é comum que operários e civis se deparem com vestígios e artefatos históricos. Esse fenômeno reforça a percepção da Grécia como um verdadeiro tesouro submerso de histórias antigas, onde cada canto pode esconder relíquias de eras passadas.
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No contexto das obras de infraestrutura, como foi o caso durante a instalação de gasodutos perto de Atenas, os trabalhadores encontraram uma estátua da era romana de Hermes enterrada. Thessaloniki também tem se mostrado uma rica fonte de achados arqueológicos, especialmente durante a construção de seu sistema de metrô. Vários artefatos, incluindo vias romanas pavimentadas e milhares de outros objetos das eras grega, bizantina e otomana, foram descobertos.
A era helenística é uma época que vai aproximadamente de 320 a 30 a.C., iniciando logo após as conquistas de Alexandre, o Grande. Este período é notável pela extensão e diversidade cultural que os reinos sucessores de Alexandre promoveram. O impacto das conquistas seguiu-se não só em termos de território, mas também com influências culturais que revitalizaram aspectos das artes, ciências e filosofia por toda a bacia do Mediterrâneo e além.
Essa era foi marcada por uma fusão única de tradições gregas com influências de várias outras culturas, permitindo o desenvolvimento de obras de arte inovadoras e com técnicas avançadas de escultura e arquitetura. A estátua encontrada recentemente é um testemunho desse período de efervescência cultural e criatividade artística, corroborando a ideia de que mesmo pedaços de mármore aparentemente esquecidos têm histórias grandiosas para contar.
A polícia grega abriu uma investigação para apurar as circunstâncias em que a estátua foi descartada. Um homem foi brevemente detido para interrogatório, mas foi liberado sem acusações. Este detalhe sublinha o mistério em torno da origem recente da estátua e de como ela veio parar num local tão improvável.
É possível que a estátua tenha sido movida de um sítio arqueológico ou de uma coleção particular sem que os devidos procedimentos legais tenham sido seguidos, um cenário que as autoridades continuam investigando.