Explosões de pagers no Líbano resultam em mortes e milhares de feridos, incluindo membros do Hezbollah (Reprodução/YouTube)
Nesta terça-feira (17), um incidente chocante abalou o Líbano, quando explosões de pagers resultaram em várias mortes e milhares de feridos. Entre as vítimas estão combatentes do Hezbollah, médicos e até mesmo o enviado do Irã a Beirute. O Ministério da Saúde do Líbano confirmou que pelo menos nove pessoas morreram e outras 2,8 mil ficaram feridas durante o evento, o que deixou o país em estado de alerta.
Inicialmente, o grupo militante Hezbollah estimou que apenas três pessoas haviam morrido e mil ficado feridas. No entanto, esses números foram rapidamente atualizados. Um oficial do Hezbollah, sob condição de anonimato, descreveu as explosões dos pagers como a “maior violação de segurança” que o grupo enfrentou em quase um ano de conflito com Israel.
Israel e o Hezbollah têm estado envolvidos em ataques transfronteiriços desde que a guerra de Gaza eclodiu em outubro passado, tornando este um dos períodos mais tensos nos últimos anos. Mesmo assim, o exército israelense se absteve de comentar sobre as detonações dos pagers. A situação levou a uma onda de explosões que durou cerca de uma hora após as primeiras detonações, por volta das 15h45.
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Uma investigação está sendo realizada para determinar as causas das explosões. As fontes de segurança mencionaram que os pagers que detonaram eram modelos recentes adquiridos pelo Hezbollah nos últimos meses. A onda de pânico foi visível nos subúrbios ao sul da capital Beirute, um reduto do Hezbollah, onde ambulâncias corriam para socorrer os feridos.
O embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, sofreu ferimentos leves durante uma das explosões. De acordo com a agência de notícias semioficial Fars, Amani está em observação no hospital. A Cruz Vermelha Libanesa enviou mais de 50 ambulâncias e 300 equipes médicas para ajudar na evacuação e tratamento das vítimas. O centro de operações de crise do Líbano pediu a todos os profissionais de saúde que se dirigissem aos seus hospitais para lidar com o grande número de feridos.
Nos hospitais, a situação era de desespero. No hospital Mt. Lebanon, motociclistas chegavam com pessoas feridas, muitas com as mãos ensanguentadas, gritando de dor. O chefe do hospital público Nabatieh no sul do país, Hassan Wazni, relatou que cerca de 40 pessoas estavam sendo tratadas por ferimentos no rosto, olhos e membros.
As forças de segurança interna do Líbano confirmaram que vários dispositivos de comunicação sem fio foram detonados em diversas áreas, especialmente nos subúrbios ao sul de Beirute. As imagens de câmaras de segurança mostravam cenas caóticas, com dispositivos explodindo em supermercados e mercados de rua.
O Líbano enfrenta um momento crítico, e a comunidade internacional observa de perto os desdobramentos dessa tragédia. A troca de tiros entre Hezbollah e Israel continua, aumentando a inquietação na região e deslocando milhares de pessoas de ambos os lados da fronteira.
