Autumn Bardisa, 29, se passou por enfermeira e exerceu a função por meses sem habilitação legal
Autumn Bardisa, 29, foi presa nesta terça-feira (5) em sua casa na Flórida, nos Estados Unidos, após ser acusada de se passar por enfermeira e realizar mais de 4 mil atendimentos médicos sem autorização legal.
A detenção ocorreu após uma investigação iniciada em fevereiro deste ano, conduzida pelo Gabinete do Xerife do Condado de Flagler.
A suspeita trabalhava no hospital AdventHealth Palm Coast Parkway, onde atuava como assistente de enfermagem. Segundo as autoridades, Bardisa usou documentos falsificados e o número de licença profissional pertencente a outra enfermeira com o mesmo primeiro nome para exercer a função sem habilitação legal.
O caso começou a ser apurado após a direção do hospital encerrar o contrato de Bardisa por dúvidas quanto às suas qualificações.
Em janeiro deste ano, ela havia sido promovida, o que chamou a atenção de uma colega que estranhou o fato de sua licença anterior ter expirado. A denúncia foi feita à polícia logo em seguida.
Questionada, Bardisa alegou ter mudado de sobrenome após um casamento recente, mas não apresentou a certidão correspondente. A justificativa foi considerada inconsistente pelas autoridades, que apontam tentativa de encobrir a fraude.
O xerife Rick Staly, responsável pela investigação, afirmou que o caso representa uma das fraudes médicas mais graves já enfrentadas pela corporação.
“Essa mulher potencialmente colocou milhares de vidas em risco, fingindo ser alguém que ela não era e violando a confiança dos pacientes, suas famílias e da comunidade médica”, declarou em nota oficial.
A falsa enfermeira enfrenta sete acusações formais por exercer profissão de saúde sem licença e outras sete por uso indevido de identidade pessoal. Ela permanece presa no centro de detenção Sheriff Perry Hall, com fiança estipulada em US$ 70 mil (aproximadamente R$ 382 mil).
O caso reacendeu o debate sobre a verificação de credenciais profissionais em instituições de saúde nos Estados Unidos.
A forma como Bardisa conseguiu atuar por meses em um hospital e atender milhares de pacientes sem ter a formação exigida levanta dúvidas sobre os mecanismos de controle adotados por hospitais e conselhos reguladores.
Até o momento, o hospital onde ela trabalhava não se pronunciou publicamente sobre a responsabilidade institucional pela contratação. As investigações continuam.