Turista morre em desabamento na Igreja de São Francisco, no Pelourinho
O desabamento de parte do teto da Igreja da Ordem Primeira de São Francisco, conhecida como “Igreja de Ouro”, deixou uma turista morta e outras cinco pessoas feridas na tarde de quarta-feira (5), no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. O templo, que recebia visitantes regularmente, já apresentava problemas estruturais e aguardava vistoria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), marcada para o dia seguinte ao acidente.
O incidente aconteceu às 14h30 de quarta-feira (5) na Igreja da Ordem Primeira de São Francisco, localizada no Largo do Cruzeiro de São Francisco, uma das áreas mais visitadas do Centro Histórico de Salvador.
A turista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, natural de Ribeirão Preto (SP), morreu no local. Ela estava em Salvador de férias com amigos e o namorado. No momento do desabamento, os homens do grupo estavam em outro espaço da igreja e não se feriram.
Outras cinco pessoas ficaram feridas. Uma amiga de Giulia sofreu um corte na testa e foi encaminhada para um hospital particular, recebendo alta na manhã de quinta-feira (6). As outras quatro vítimas, que não faziam parte do mesmo grupo, foram levadas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Barris e liberadas após atendimento.
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A Igreja da Ordem Primeira de São Francisco, construída no século XVIII, é um dos marcos arquitetônicos de Salvador e um ponto turístico importante. Apesar do valor histórico, o templo já apresentava problemas estruturais há anos.
Dois dias antes do desabamento, o guardião-diretor da igreja, frei Pedro Júnior Freitas da Silva, notificou o Iphan sobre uma “dilatação” no forro do teto e solicitou uma vistoria. A inspeção estava marcada para quinta-feira (6), um dia após o acidente.
O Iphan informou que a responsabilidade pela manutenção da igreja é da Ordem Primeira de São Francisco, que administra o local. O presidente do instituto, Leandro Grass, afirmou que, para casos de emergência estrutural, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros deveriam ter sido acionados, o que não foi confirmado até o momento.
A Polícia Técnica da Bahia iniciou a perícia ainda na quarta-feira (5). O laudo, que deve esclarecer as causas do acidente, deve ser concluído em até 10 dias, podendo ser prorrogado.
A Polícia Federal também foi acionada para investigar a possível omissão na preservação do patrimônio histórico, uma vez que a igreja é tombada e monitorada por órgãos de proteção cultural.