O Tribunal do Júri da 2ª Vara Criminal da Comarca de Betim, absolveu os quatro homens envolvidos na morte de Ademar Alvarenga de Amaral, ex-prefeito de Nacip Raydan, cidade da região do Vale do Rio Doce.
O julgamento foi presidido pelo juiz Leonardo Antônio Bolina Filgueiras. O processo foi iniciado na comarca da cidade de Peçanha, mas foi transferido e finalizado em Betim.
Quatro dos oito acusados originalmente pelo crime foram ao banco dos réus. Foram absolvidos o advogado Sebastião Aiala Braga; os fazendeiros Ildeu Fróis Braga Filho e Paulo Fróis Braga Sobrinho e o lavrador João Augusto de Oliveira.
Joaquim Jota Braga e Wilson Cândido do Nascimento morreram durante este período. Sebastião Fróis Braga e José Pedro Braga alegaram prescrição dos crimes e não foram julgados.
De acordo com as investigações, Ademar foi executado no bairro São Caetano, em Betim, na Grande BH, em outubro de 1997. O ex-prefeito de Nacip Raydan estava na casa de uma amante quando foi surpreendido por um atirador que foi contratado pelos acusados. O Ministério Público de Minas Gerais aponta que os réus integravam o grupo de oposição à Ademar e planejaram a morte do político por divergências políticas.
A esposa do ex-prefeito, Maria Aparecida Vieira, que era vice de Ademar na época, assumiu a prefeitura após a morte do marido. Ela também foi assassinada em 2000. Apontado como mandante da morte de Maria, José Pedro Braga foi condenado a 18 anos de prisão em 2008. Sebastião Aiala Braga, hoje absolvido pela morte do ex-prefeito, também foi sentenciado à mesma pena.
Em 2018, a Justiça adiou o julgamento depois que a defesa dos réus pediu o desmembramento do caso. O Júri foi remarcado para 14 de março deste ano, mas foi novamente adiado devido a um pedido da defesa.
O Ministério Público de Minas Gerais recorreu da decisão e conseguiu uma liminar, garantindo o julgamento desta terça-feira.