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Justiça Federal marca audiências do caso Brumadinho

A Justiça Federal marcou as audiências do caso Brumadinho entre 2026 e 2027. Famílias das 272 vítimas veem avanço na luta por justiça

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Familiares das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho durante ato em homenagem às 272 pessoas mortas. Justiça marcou as audiências do caso entre 2026 e 2027
Familiares das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho durante ato em homenagem às 272 pessoas mortas. Justiça marcou as audiências do caso entre 2026 e 2027

A Justiça Federal em Belo Horizonte definiu o calendário das audiências de instrução do caso Brumadinho. O rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em janeiro de 2019, matou 272 pessoas e destruiu parte da cidade. A lama de rejeitos também atingiu o Rio Paraopeba, causando danos ambientais e sociais em outros municípios mineiros.

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Audiências começam em 2026

As audiências ocorrerão entre fevereiro de 2026 e maio de 2027, segundo informações da Agência Brasil. A Justiça rejeitou os pedidos das defesas dos 15 réus que tentavam anular o processo.

Nessa etapa, o tribunal vai ouvir testemunhas e acusados pelas mortes. O desmembramento das ações, definido em 2023, foi mantido. Uma delas trata dos homicídios qualificados, enquanto as outras duas se concentram nos crimes ambientais atribuídos à Vale e à consultoria TÜV SÜD.

Familiares e sobreviventes serão ouvidos

As primeiras testemunhas a depor serão familiares das vítimas, entre elas Nayara Cristina Dias Porto, presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos (Avabrum). Além disso, sobreviventes, bombeiros, engenheiros e peritos também participarão das oitivas. Testemunhas estrangeiras prestarão depoimento com apoio de intérpretes.

Os interrogatórios dos réus ocorrerão entre março e maio de 2027. Parte deles será feita por carta rogatória, já que alguns acusados vivem fora do país. As audiências acontecerão no Tribunal Regional Federal da 6ª Região, em Belo Horizonte.

Avanço na luta por justiça

Para Nayara Porto, o cronograma representa um avanço após anos de impasses e manobras jurídicas. Ela perdeu o marido, Luiz Taliberti, e a cunhada, Camila Taliberti, ambos grávidos na época do desastre. Desde então, Nayara atua como uma das principais vozes na busca por justiça, cobrando a responsabilização das empresas envolvidas.

“A definição das audiências é uma vitória de todos que têm resistido desde 2019 para que a verdade venha à tona e os responsáveis sejam julgados. Esperamos que o cronograma seja respeitado e que a Justiça finalmente reconheça o tamanho da dor e das perdas que sofremos. Cada passo nesse processo é um ato de memória e de compromisso com as 272 vidas ceifadas em Brumadinho”, afirmou.