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MELZINHO DO AMOR: estimulante sexual “bomba” entre adolescentes de BH e interior

Power Honey, Rala Rala Energy Drink, Vital Honey, Pozinho de Bruxa, Tesão de vaca ou Tesão de touro. Esses são alguns dos nomes de produtos mais conhecidos como “melzinho do amor”. Quem vende garante que são 100% “naturais”, ajudam na estimulação sexual e que podem ser ingeridos ou até misturados às bebidas alcoólicas. O “marketing” tem atraído, principalmente, adolescentes que compram o “melzinho” em formato de sachê. No entanto, a Anvisa alerta para substâncias que, embora façam parte do produto, não são especificadas nas embalagens, entre elas o citrato de sildenafila, mesmo componente de medicamentos para disfunção erétil. Desde 27 de maio do ano passado, quando foi publicada a Resolução 2.133, a divulgação e venda do “melzinho do amor” foi proibida no país. Mas, é fácil achar o produto em Sex Shop, shoppings populares e na internet. 

A equipe do portal Aqui conversou com uma vendedora de artigos sexuais que disse que a demanda é tão grande que não consegue manter o estoque da loja em dia. Ela não quis se identificar, mas contou que a procura é maior entre adolescentes que compram o produto para levar para baladas. “O tesão de vaca é mais vendido para moças, já o pozinho de bruxa serve tanto para homens quanto mulheres. Os meninos mais novinhos compram o tesão de touro para conseguirem ficar estimulados sexualmente mais rápido, principalmente, porque eu acho que como vão usar em festas não vão ter muito tempo para ficar em companhia da garota. Eles querem mostrar que pegam fogo rápido!”, afirma.

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Ainda de acordo com a vendedora, além de usarem o “melzinho do amor” para estímulo sexual próprio, há adolescentes que revelam comprar o produto para colocar na bebida alcoólica das garotas, sem que elas percebam. “Eles querem que elas fiquem estimuladas para que, assim, possam sentir desejo de ter relação sexual”. Em mercados populares ou lojas de artigos sexuais, os produtos, na forma líquida, são vendidos por até R$ 8, já o sachê do “melzinho” é mais caro, em torno de R$25.“A diferença no preço é que o “melzinho” é bem mais forte que os outros, quase 10 vezes mais”, conta a vendedora.

RISCO DE MORTE

Pesquisadores do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox) analisaram a composição do “melzinho” e detectaram que o produto contém substâncias químicas que podem causar efeitos colaterais graves e, em algumas situações, até matar. Na embalagem, a composição aponta apenas as substâncias: café, extrato de caviar, ginseng, maçã, gengibre, canela, mel da Malásia e Tongkat Ali (Eurycoma longifolia). No entanto, a análise do CIATox detectou, também, Sildenafila e Tadalafila, fármacos encontrados em medicamentos para disfunção erétil, vendidos somente com prescrição médica. “Apesar do rótulo dizer que na composição constam apenas extratos de plantas, não há  nada de natural neles”, afirma o coordenador executivo do CIATox, José Luiz Costa.

Costa explica que o consumo dos princípios ativos da Sildenafila e da Tadalafila podem causar graves riscos à saúde especialmente em pessoas que sofrem de problemas no coração e hipertensão descontrolada. Além disso, o pesquisador reforça que quando alguém ingere o “melzinho do amor” com álcool ou medicamentos, há risco dos efeitos colaterais se agravarem, como tontura, hipotensão arterial e dores de cabeça. 

CARGA PROIBIDA

No dia 26 do mês passado, duas pessoas foram presas em uma estrada de Brasília (DF), com uma carga de cerca de 500 sachês do “melzinho do amor”. De acordo com a Anvisa, foi instaurado dossiê de investigação sanitária e publicada a Resolução 2.133, de 27 de maio de 2021, que proíbe a comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e o uso do produto, que, segundo a Anvisa, não possui registro sanitário e, por isso, deve  ser retirado imediatamente do mercado, segundo a lei 6.360/77 e a Lei 9.782/99. Quem vende está sujeito à multa que varia entre R $2.000,00 e R $1.500.000,00, conforme o artigo 10, inciso IV, da Lei 6.437/77. 

Ainda de acordo com a Anvisa,  as ações de fiscalização determinadas são aplicadas a todos os estabelecimentos físicos ou veículos de comunicação, inclusive eletrônicos, que comercializem ou divulguem o “melzinho do amor”.

Redação Aqui

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