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Mulher finge morte e é flagrada viva em casamento
Amy McAuley simulou a própria morte para evitar a Justiça na Irlanda. Porém, a farsa expôs vários crimes e resultou em nova condenação
Amy McAuley, de 35 anos, tentou enganar a Justiça ao fingir a própria morte, mas ampliou ainda mais sua ficha criminal. Dessa forma, a mulher deveria comparecer ao Tribunal Criminal do Circuito de Dublin, na Irlanda, no início de 2023. Entretanto, em 4 de janeiro, publicou um falso anúncio de falecimento no site RIP.ie, plataforma conhecida por divulgar notas de óbito.
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O comunicado dizia: “26 de dezembro de 2022. Faleceu em paz; deixa lembranças queridas em seus pais, irmãos, filhos, sobrinhos, demais familiares, vizinhos e amigos. Partiu, mas nunca será esquecida.” Além disso, Amy afirmou que o corpo seria velado em uma funerária de Shankill, das 14h às 16h, sem data definida.
Em seguida, anunciou que o funeral ocorreria em 29 de dezembro na Igreja de Santa Maria, em Lucan, e que a cremação aconteceria logo depois no Crematório Mount Jerome. Por fim, pediu que ninguém enviasse flores e sugeriu doações à Sociedade de São Vicente de Paulo.
Enquanto o falso anúncio circulava, McAuley respondia por furto e tentativa de fraude. Ela usou documentos falsificados em 2018 para obter um empréstimo de 10.000 euros (R$ 61.230,20) no KBC Bank. Em seguida, ela tentou conseguir outro empréstimo de 5.000 euros (R$ 30.615,10), mas não teve êxito.
Mulher assume a identidade da própria irmã
Para sustentar a farsa, Amy assumiu a identidade da própria irmã e entrou em contato com a polícia, alegando que havia morrido. Em consequência disso, ela apresentou formulários de óbito falsos ao Conselho do Condado de Wexford. Essa ação resultou na emissão de duas certidões de falecimento: uma com a grafia inglesa e outra com a irlandesa de seu nome.
Em meados de 2023, os investigadores iniciaram uma apuração e identificaram Amy viva. Eles a reconheceram em imagens de câmeras de segurança registradas durante um casamento em Enniscorthy, em junho. Além disso, os agentes localizaram três anúncios de falecimento diferentes publicados no RIP.ie. Um deles dizia que ela havia morrido na França, enquanto outro havia sido criado pela própria McAuley, que usou o nome falso de uma funerária. Durante o interrogatório, ela afirmou que não tinha condições de comparecer ao tribunal e que temia deixar o filho pequeno sozinho.
Novas descobertas e condenação final
Posteriormente, as autoridades descobriram que Amy também havia enganado o próprio empregador. Ela fingiu novamente ser a irmã e entrou em contato com a empresa para solicitar uma indenização por morte no trabalho. Segundo ela, o dinheiro seria usado para custear uma cirurgia do filho. Como resultado, a companhia acreditou na história e transferiu 9.000 euros (R$ 55.107,18).
Logo após a fraude ser desmascarada, McAuley admitiu os crimes. Ela confessou que apresentou um formulário falso de notificação de óbito ao Conselho do Condado de Wexford em 19 de janeiro de 2023. Além disso, reconheceu que tentou obstruir a Justiça em 23 de janeiro de 2023 e que falsificou um relatório médico em 23 de novembro de 2022.
Em acréscimo a essas infrações, Amy admitiu ter usado um atestado médico falso na Delegacia de Pearse Street em 28 de maio de 2021. Ela também confessou uma tentativa de fraude em 2018. Ainda, declarou-se culpada por cinco furtos e pela posse de bens obtidos de maneira criminosa entre novembro de 2015 e maio de 2023.
Ao longo da vida, McAuley acumulou quatro condenações anteriores por furto e fraude. Em novembro de 2015, ela recebeu uma pena de dois anos, suspensa por dez, depois de roubar quase 111.000 euros (R$ 679.655,22) de um ex-empregador. Na ocasião, ela devolveu 30.000 euros (R$ 183.690,60), mas não restituiu o restante. Além disso, ela desviou mais de 55.000 euros (R$ 336.766,10) de outro patrão em 2015 e roubou cerca de 3.000 euros (R$ 18.369,06) em celulares da operadora Three Ireland em 2021.
Pena de prisão
Diante de tantas infrações, o juiz do caso impôs uma pena de quatro anos de prisão. No entanto, ele suspendeu os últimos 12 meses, sob condições rigorosas, o que reduziu a pena efetiva para três anos. Após o cumprimento da sentença, McAuley deverá permanecer sob supervisão do Serviço de Liberdade Condicional por mais 12 meses. Por fim, o magistrado determinou que todos os relatórios médicos da criminosa sejam encaminhados à direção do presídio.