Notícias

O que se sabe sobre o caso da professora morta pelo filho em BH

A morte da professora Soraya Tatiana Bonfim, de 56 anos, gerou grande comoção em Belo Horizonte e repercussão nas redes sociais. Ela desapareceu no dia 18 de julho e foi encontrada morta dois dias depois, sob um viaduto em Vespasiano, na Região Metropolitana. O principal suspeito é o próprio filho da vítima, Matteos França, de 32 anos, que confessou o assassinato. Veja o que se sabe sobre o caso:

Quem era Soraya Tatiana

Moradora do bairro Santa Amélia, na região da Pampulha, Soraya era professora de História no Colégio Santa Marcelina desde 2017, lecionando para turmas do 7º e 9º anos. Também era responsável pelo “Projeto e Cidadania”, voltado à formação crítica dos estudantes sobre temas sociais como igualdade e justiça.

Advertisement

Leia mais:

O crime

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Soraya foi morta por esganadura entre 17h e 19h da sexta-feira (18). O corpo foi localizado no domingo (20), coberto por um lençol, apenas com uma blusa cinza e sem calcinha. Havia manchas de sangue e possíveis marcas de queimadura nas coxas. A suspeita é que o filho tenha tentado simular um estupro para dificultar as investigações.

Contradições e confissão

Matteos foi quem registrou o desaparecimento da mãe no sábado (19). À polícia, afirmou que Soraya estava em casa na noite anterior, vestindo uma camisola, quando ele saiu para viajar. Disse ter estranhado a falta de contato e acionado uma tia para verificar o imóvel, que estava trancado e sem sinais de invasão.

A versão passou a ser questionada pela PCMG diante de contradições no relato. Matteos foi preso na sexta-feira (25), em Belo Horizonte, e, segundo a polícia, confessou o crime ao ser interrogado. A motivação teria sido uma discussão sobre dívidas acumuladas em jogos online. A hipótese de premeditação também é investigada.

Após o assassinato, Matteos teria colocado o corpo da mãe no porta-malas e o transportado até Vespasiano, onde fez a desova.

Prisão e exoneração

Matteos França era assessor da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) desde 2021. A exoneração do cargo comissionado foi publicada no Diário Oficial do Estado neste sábado (26), um dia após a prisão e confissão.

Em nota, a Sedese informou que o desligamento foi decidido pelo gabinete e reiterou que o crime não tem relação com as atividades da pasta. A secretaria também afirmou não compactuar com desvios de conduta por parte de seus servidores.

Defesa

O advogado Gabriel Arruda, que representa Matteos, declarou em entrevista à imprensa que ainda não teve acesso ao inquérito e que o depoimento do cliente foi dado sem a presença da defesa. “Nos solidarizamos com a perda da professora Soraya, mas é fundamental garantir os direitos do Matteos no curso do processo”, disse o defensor.

Duda Sperandio

Jornalista formada pela UFMG, com passagens pela CBN e Rede Minas. Faz mestrado em Comunicação Social na UFMG e atua no SouBH e Aqui desde janeiro de 2025.

Advertisement