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Obstetra corta bexiga de paciente em vez de útero durante cesárea
Em razão das denúncias, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro suspendeu o registro da médica por seis meses
A obstetra e influenciadora Anna Beatriz Herief está sendo investigada por uma série de denúncias de violência obstétrica, após ser acusada de cortar a bexiga de uma paciente durante uma cesariana de emergência. O caso, envolvendo uma gestante de alto risco, foi exibido no programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (20).
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Como aconteceu?
Segundo laudo do perito médico contratado pela família, o obstetra Ivo Costa Júnior, a médica acreditava ter aberto o útero, mas, na verdade, teria realizado o corte na bexiga da paciente. “As imagens são surreais. O feto foi retirado de dentro da bexiga… algo nunca visto na obstetrícia”, declarou.
Larissa, que teve pré-eclâmpsia durante a gestação, relatou que, durante o parto, percebeu que a equipe médica estava distraída. “As pessoas estavam ali de corpo presente, mas ninguém estava olhando para mim”, disse. Imagens do momento do parto mostram médicos mexendo no celular durante a cirurgia.
Posicionamento da suspeita
A obstetra, por sua vez, nega qualquer erro. Segundo ela, a decisão de transpassar a bexiga foi intencional, motivada pela gravidade da situação. “Se demorasse mais cinco minutos para rebaixar a bexiga e achar o útero, poderia ter sido tarde demais. Era uma emergência fetal”, afirmou ao Fantástico.
O bebê nasceu sem vida, mas foi reanimado. Hoje, com 1 ano, as possíveis sequelas neurológicas causadas pela falta de oxigênio no parto ainda não foram totalmente identificadas.
Afastamento da médica
Em razão das denúncias, em 2023, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro suspendeu o registro da médica por seis meses — e renovou a interdição na última semana. A entidade ainda avalia a cassação definitiva do registro profissional de Anna Beatriz Herief.
A defesa da obstetra nega qualquer irregularidade. “Não há indícios de negligência ou imprudência que justifiquem acusações de descuido profissional”, afirmou o advogado Matheus Chiocheta.
Já a advogada Roberta Milanez, representante das vítimas, cobra reparação por danos morais e materiais. O caso está sendo investigado.