Polícia investiga violência contra estudante negra em colégio

Uma estudante de 15 anos está internada há uma semana após ser encontrada desacordada no banheiro do Colégio Mackenzie, em Higienópolis, região central de São Paulo. 

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A adolescente, que é bolsista da instituição, foi socorrida por uma colega na manhã do dia 29 de abril e levada à Santa Casa de Misericórdia. Depois, foi transferida para outro hospital. O estado de saúde é estável, mas ainda não há previsão de alta.

Polícia investiga tentativa de suicídio

A Polícia Civil investiga o caso. Inicialmente, a corporação trabalha com a hipótese de tentativa de suicídio. A família, no entanto, não descarta a possibilidade de tentativa de homicídio. O celular da adolescente será submetido à perícia nos próximos dias.

Em depoimento prestado na segunda-feira (6), a mãe da vítima relatou que a filha vinha sofrendo episódios recorrentes de racismo e bullying desde 2023. Os ataques, segundo a família, teriam partido de cinco estudantes da mesma escola. A adolescente era chamada de “cigarro queimado” e “lésbica preta” pelos colegas.

Escola foi notificada, segundo família

A mãe afirmou que notificou a escola sobre os ataques em maio do ano passado. Um e-mail foi enviado à orientadora educacional com relatos do que a filha vinha enfrentando. Procurou também atendimento psicológico na própria instituição, mas, segundo relatou, não conseguiu apoio por falta de vagas.

“A escola não adotou nenhuma providência”, afirmou a advogada Réa Sylvia, que representa a família da estudante.

A ocorrência foi registrada no 4º Distrito Policial, na Consolação. O caso foi encaminhado para o setor de crimes contra a infância e juventude da Polícia Civil. Os responsáveis pela escola ainda não se manifestaram publicamente até o momento.

Como buscar ajuda

Se você ou alguém próximo estiver enfrentando sofrimento psíquico, procure apoio profissional. O CVV (Centro de Valorização da Vida) realiza atendimento gratuito e sigiloso 24 horas por dia, pelo telefone 188 e pelo site www.cvv.org.br.

O serviço está disponível também por e-mail, chat e em unidades físicas em todo o país. Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do SUS também oferecem suporte gratuito.