Fim de tarde na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, com vista para o Pão de Açúcar e céu parcialmente nublado. (Foto: Maria Luíza Mendes)
O Brasil registrou avanço expressivo de pessoas sem religião, segundo dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (6) pelo IBGE. Rio de Janeiro e Roraima lideram a estatística: mais de 16% da população nesses estados se declara sem crença, acima da média nacional.
Na contramão, o Piauí concentra o menor número de pessoas sem religião — é também o estado mais católico do país.
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O grupo de brasileiros que se identifica como ateu, agnóstico ou simplesmente sem fé já representa 9,3% da população. Esse índice supera o registrado em 2010, quando era de 8%, e mantém os “sem religião” como o terceiro maior grupo do país, atrás apenas de católicos e evangélicos.
O perfil desse grupo é majoritariamente masculino (56,2%) e jovem: a faixa de 20 a 24 anos reúne 14,3% dos que se declararam sem fé. No extremo sul do país, o município do Chuí (RS) surpreende ao registrar 37,8% da população como não religiosa — a maior proporção nacional. A cidade faz fronteira com o Uruguai, país mais secular da América Latina.
Apesar de o catolicismo continuar como religião majoritária no Brasil, sua presença encolheu quase dez pontos percentuais em 12 anos. O crescimento de evangélicos também desacelerou no período. Por outro lado, religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, e outras crenças minoritárias — judaísmo, islamismo, budismo e espiritismo — mostraram avanço.
Para montar o retrato religioso do país, o IBGE questionou moradores com mais de 10 anos de idade sobre sua fé ou culto, incluindo práticas específicas entre indígenas. Os dados foram então agrupados em seis categorias principais: católicos, evangélicos, religiões afro-brasileiras, espíritas, pessoas sem religião e outros credos.