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Retiro enterra participantes vivos em ritual de “renascimento”

Prática polêmica, inspirada em rituais indígenas peruanos, cobra R$ 697 por quatro dias de imersão com enterramento simbólico supervisionado;

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Grupo de pessoas ao redor de uma mulher sendo enterrada até o pescoço em uma cova rasa durante um ritual espiritual ao ar livre, com vegetação ao fundo.
Participantes do retiro “Renascimento Xamânico” ajudam no enterro simbólico de uma mulher durante ritual no Distrito Federal. A prática promete "renascimento espiritual" após permanecer de três a sete minutos sob a terra. (Foto: reprodução/Instagram)

Um grupo de pessoas se submete a um ritual em que são enterradas vivas em covas rasas, por até sete minutos, como parte de um retiro espiritual realizado no Distrito Federal. Chamado “Renascimento Xamânico”, o evento acontece em uma chácara da região e cobra R$ 697 pela participação em quatro dias de atividades, incluindo hospedagem coletiva e alimentação básica.

Durante o ritual, os participantes são cobertos com terra até o pescoço. Apenas o rosto permanece descoberto, protegido por um tecido fino que permite a respiração. Segundo os organizadores, facilitadoras acompanham o procedimento e retiram imediatamente quem sinaliza desconforto ao levantar a mão.

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“É uma entrega simbólica ao útero da natureza”, afirmam os organizadores em publicações nas redes sociais, alegando que a prática representa uma reconexão profunda com a Terra e um “renascimento espiritual”. Lila Sousa, terapeuta integrativa e idealizadora da experiência ao lado da irmã Priscila, define o enterro como “um retorno ao útero da Terra” e diz que o ritual atrai pessoas em busca de transformação emocional.

A Casa Semente Experience, responsável pelo evento, aplica um questionário de saúde nos interessados e fornece instruções antes da prática. A organização autoriza a participação de gestantes e idosos saudáveis, ressaltando que o enterro é opcional.

Apesar do tom espiritual defendido pelos criadores do ritual, o enterro controlado levantou polêmica nas redes sociais após vídeos da prática viralizarem. Comentários irônicos se multiplicaram. “Minha avó fez isso em 89 e gostou tanto que tá lá até hoje”, escreveu um internauta. Outro alertou: “Isso é uma loucura, uma hora vai dar ruim, espera só pra ver.”

O ritual tem inspiração em tradições indígenas da Amazônia peruana e, segundo os organizadores, o ambiente natural é essencial para a vivência.