Deise Moura dos Anjos era acusada de misturar arsênio na comida da família
O caso que chocou o Rio Grande do Sul ganhou novos desdobramentos neste domingo (16), com o depoimento da mulher que sobreviveu ao bolo envenenado preparado por Deise Moura dos Anjos, suspeita de matar quatro pessoas da própria família em Torres (RS).
A entrevista foi exibida no Fantástico, da TV Globo, poucos dias após Deise ter sido encontrada morta dentro da prisão, onde estava detida desde o início de janeiro.
“Nós temos a convicção que o veneno que ela recebeu no dia 16 de dezembro, ele pode ter sido utilizado na confecção do suco de manga que ela ofereceu para o seu marido, e deixou a garrafa à disposição na geladeira. Aí, depois o filho tomou e também passou mal”, afirmou o delegado Marcos Veloso.
As investigações apontam que, em novembro do ano passado, Deise passou uma semana na casa da sogra, Zeli dos Anjos, em Arroio do Sal, no litoral gaúcho.
“Para mim, ela é uma pessoa má. Sabe, ela é má. Não importa quem ela vai atingir. Uma pessoa que coloca veneno no suco, dá para o marido, do qual ela disse que amava, e o filho toma”, disse Bernardete dos Anjos, cunhada de Zeli.
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Durante esse período, ela teria misturado arsênio na farinha, usada posteriormente para assar o bolo que resultou na morte de duas irmãs e uma sobrinha da família, em dezembro.
A Polícia Civil também descobriu que Deise adquiriu uma segunda remessa de arsênio, entregue no dia 16 de dezembro, pouco antes do Natal. No celular da suspeita, os investigadores encontraram documentos que comprovam a compra, além do recibo de recebimento assinado por ela.
O envenenamento da família não se limitou ao bolo. Em fevereiro, exames realizados pelo Instituto Geral de Perícias confirmaram a presença de arsênio nos corpos de pai e filho, reforçando a tese de que o crime foi planejado ao longo de meses.
No início de janeiro, o corpo do sogro de Deise, Paulo Luiz, foi exumado, e os laudos também indicaram traços da substância tóxica.
De acordo com a polícia, as investigações estão na reta final e devem ser concluídas nos próximos dias. A suspeita, segundo os investigadores, teria envenenado nove pessoas da família, causando morte de quatro delas.
