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Suspeito de feminicídio trabalhava numa das maiores mineradoras do mundo

Amigos de uma das clínicas onde Cecília Marina Ribeiro Araújo, de 39 anos, trabalhou em Belo Horizonte como nutricionista disseram que ela era muito carinhosa e que apostava na relação amorosa desde o início do casamento. “Ela dizia que o marido tinha estabilidade financeira, trabalhava como engenheiro em uma mineradora grande e que estava feliz com a união”, conta uma amiga que não quis se identificar. Tanto que pouco tempo depois o casal teve dois filhos, que agora, têm 6 e 4 anos de idade. A principal preocupação dos amigos era que Thiago Lima Ferreira, de 41 anos, trabalhava em uma das sedes da mineradora que fica em Itabirito. “A gente pensava se a relação poderia ou não dar certo por causa dessa distância. Nem sempre era possível que o marido de Cecília voltasse para casa todos os dias”, conta. Mas, depois de um tempo o casamento acabou “esfriando” e Cecília já não queria mais seguir a vida com Thiago.

De acordo com a Polícia Militar, Thiago Lima Ferreira e a esposa, Cecília Araújo, estavam em processo de separação. Os dois já viviam em casas separadas, mas, ainda segundo os militares, o suspeito não aceitava o fim do relacionamento. A equipe do portal Aqui verificou se Cecília já havia registrado algum boletim de ocorrência contra o marido ou pedido algum tipo de proteção, mas não há nenhuma queixa anterior ao crime.

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O ASSASSINATO

Cecília Araújo foi morta a facadas na noite deste domingo (27), na casa onde morava no bairro Carlos Prates, Região Noroeste da capital. O principal suspeito, de acordo com a polícia, é o marido dela. Os filhos do casal estavam dormindo na hora do crime.

Segundo os militares, depois de matar a mulher, o engenheiro Thiago Ferreira teria ligado para um parente da vítima. Ele confessou o crime e pediu que alguém buscasse as crianças. Depois disso ele fugiu.

DE FRENTE PARA MORTE

O corpo ficou carbonizado e será analisado no IML | Foto: Redes Sociais

Por volta das 23h, os Bombeiros foram socorrer uma vítima de uma batida entre um carro e uma carreta na na BR-040, perto do KM 576, em Itabirito. Com a colisão, os dois veículos pegaram fogo. De acordo com os Bombeiros, o motorista do Toyota ETIOS de placa OWZ-3638 jogou o carro na contramão, indo ao encontro da carreta. Ele ficou preso às ferragens e teve o corpo carbonizado. Já o condutor da carreta foi levado para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. A PRF informou que o congestionamento durou até a 1h30 desta segunda-feira (28), quando a pista foi liberada.

O carro envolvido no acidente é o mesmo usado por Thiago Lima Ferreira após sair do local onde a esposa dele foi assassinada. As informações são da polícia que afirma que câmeras de segurança do prédio onde o crime aconteceu mostram o suspeito, identificado saindo do local com o Toyota Etios com placa OWZ-3638. No entanto, ainda não se sabe se o motorista que morreu na ocorrência era Thiago. O corpo do motorista que dirigia o carro queimado no acidente foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) e a Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o caso. A mineradora confirma que Thiago trabalhava como engenheiro na empresa e disse em nota que lamenta profundamente o ocorrido e está prestando assistência à família.

COMO FICAM AS CRIANÇAS?

Da noite para o dia, as duas crianças do casal ficaram sem os pais e em situação de vulnerabilidade. De acordo com os militares, as crianças, de 6 e 4 anos de idade estão com a avó materna, de 73 anos. Segundo Margarida Monteiro Arcanjo, assistente social e coordenadora de uma das unidades de acolhimento institucional de Belo Horizonte, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) diz que a criança tem direito de ser cuidada no seio familiar, por avós ou tios, por exemplo. “Não há no ECA descrita uma idade máxima para que uma pessoa da família possa ter a guarda de crianças, que por algum motivo não possam mais estar na companhia dos seus pais. A medida de proteção de acolhimento institucional é a última ação aplicada”, afirma Margarida. Ainda de acordo com ela, se necessário a justiça pode solicitar um estudo psicossocial da família para verificar a situação das crianças e determinar auxílio dos programas sociais, se necessário. “Entende-se que após o fato, as crianças, neste caso, na companhia de seus avós maternos estão com seus direitos preservados, a princípio”, conclui a assistente social.

Naiana Andrade

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  • Covarde! Matou uma mulher e mãe. Infelizmente o mundo está cheio dessas pessoas que são controladas pelo ciúme. Acabou procure outra. Esse é o tipo de ser humano que não consegue ser marido, homem nem pai. Reproduz mas não tem amor. Somente desejo de posse. Um covarde.

  • Era paciente dela. Profissional exemplar, pessoa maravilhosa. Até quando mães, filhas, irmãs, amigas serão tiradas dos que amam pq certos homens não suportam ouvirem um não?