Três pessoas foram presas durante uma operação conjunta do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Polícia Civil em combate a um grupo criminoso que operava empresas que administravam o aterro sanitário de Contagem, na Grande BH. Dois dos presos foram secretários durante a gestão do ex-prefeito Alex de Freitas, sendo que um deles é o vereador Hugo Vilaça (Avante). O terceiro é um empresário.
As investigações mostram que Vilaça, que era secretário na época dos supostos crimes, teria suspenso um processo de licitação para a contratação de uma empresa que prestaria os serviços administração e ampliação do Aterro Sanitário de Contagem para beneficiar uma empresa ligada em um grupo de políticos de Contagem e Brumadinho.
Outros três mandados de prisão foram expedidos pela Justiça contra um ex-subsecretário de obras, um ex-diretor de compras e licitações da prefeitura municipal e um empresário. Eles são considerados foragidos pelo MPMG. Outros nove mandados de apreensão também estão sendo cumpridos.
Um outro ex-secretário, que também é investigado, está internado em Juiz de Fora, na Zona da Mata.
As investigações começaram em 2019 e desvendaram o funcionamento de um esquema de fraude na licitação da contratação da empresa Sobrado Sociedade Mineira de Obras Ltda pela prefeitura de Contagem para a administração, operacionalização, manutenção e ampliação do aterro sanitário do município. De acordo com a Justiça, “a contratação foi feita sem licitação e com fortes indícios de favorecimento e superfaturamento”.
Ainda de acordo com a Justiça, a contratação foi feita após o cancelamento da licitação que tratava da prestação de serviços relacionados ao aterro sanitário. Com a suspensão do certame, empresas que participavam do processo procuraram o MPMG e levantaram suspeitas de que o cancelamento foi efetuado para favorecer a Sobrado, que estava inativa desde 2003.
Para realizar os serviços, a Sobrado teria recebido da prefeitura de Contagem um total de R$ 15 milhões a mais do que estava estabelecido no processo de licitação suspenso.
As apurações feitas pelo MPMG e a Polícia Civil mostram que a empresa está ligada a políticos influentes de Contagem e Brumadinho. O MPMG ainda apura diversas outras dispensas de licitação suspeitas que teriam ocorrido entre os anos 2017 e 2020.
(reportagem em atualização)
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Porque esse tipo de operação da polícia junto ao MP não acontece na câmara de BH, o mundo inteiro sabe que é a mais corrupta da história.