Polícia

Crime organizado: suspeita de chefiar ‘novo cangaço’ foi aprovada como estagiária do MP

No dia 4 de setembro, o Diário Oficial de São Paulo trouxe uma notícia surpreendente. O procurador-geral de Justiça de SP, Sérgio de Oliveira e Costa, anunciou a convocação de candidatos aprovados no processo de estágio na área de Direito. Entre os convocados estava Elaine Souza Garcia. Entretanto, no mesmo dia, Elaine foi alvo de um mandado de prisão preventiva durante uma operação conjunta do Ministério Público e da Polícia Federal.

A investigação revelou uma rede complexa que envolvia CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores) no fornecimento de armas e munições para o PCC (Primeiro Comando da Capital). A operação apontou que os CACs também ministravam treinamento militar para o uso de armamentos pesados, usados em ações violentas contra bancos, carros-forte e transportadoras de valores.

Advertisement

Como o MP de São Paulo Desmantelou a Rede de CACs e PCC?

A palavra-chave desta operação é complexidade. A operação realizada pela PF e pelo MP de São Paulo revelou um esquema profundo onde Elaine Souza Garcia estava diretamente envolvida. Segundo a investigação, Elaine coordenava o tráfico de drogas, a execução de rivais e o comércio ilegal de armas e munições.

Elaine foi flagrada em um vídeo recebendo treinamento para manuseio de fuzil de um CAC. Esse caso não é isolado; desde julho de 2023, Elaine responde com outras 17 pessoas por crimes que abrangem financiamentos de ataques em várias cidades, como Criciúma (SC) em 2020 e Araçatuba (SP) em 2021.

Qual a Relação dos CACs com o PCC?

A pergunta que muitos se fazem é: “Como os CACs estão relacionados ao PCC?”. A flexibilização das regras para CACs em 2019 facilitou o acesso a armas. Com isso, o número de registros de armas disparou, passando de 59 mil em 2018 para 431 mil em 2022. Este aumento proporcionou ao PCC uma nova via para o armamento de seus membros.

    • Em 2019, as regras dos CACs foram flexibilizadas.
    • O número de armas registradas disparou após essa flexibilização.
    • CACs forneciam treinamento e vendiam armas ilegalmente para o PCC.

Operação Daal: Detalhes da Investigação

A primeira fase da Operação Daal começou em maio de 2023 e já denunciou 18 pessoas por proporcionarem facilidades para o PCC. A PF e o MP identificaram laços entre CACs e o “novo cangaço”, onde criminosos utilizam armamento pesado para roubos a bancos e carros-fortes com extrema violência.

Otávio de Magalhães, um dos CACs envolvidos, tinha a função de comprar e vender armamentos ilegalmente. Em sua casa, foram encontrados um arsenal bélico, incluindo armas de fogo, munições e explosivos. Os crimes investigados incluem ataques em cidades diversas e disputas por venda de drogas.

Quais Foram as Consequências para o Estágio de Direito?

O processo seletivo para os estágios de Direito do MP de São Paulo, organizado pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), seguiu protocolos rigorosos, mas mesmo assim, Elaine conseguiu burlar essas normas. O MP, apertado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), tomou providências para impedir sua posse.

Essa descoberta levanta sérias preocupações sobre a segurança e a possibilidade de infiltração do crime organizado em instituições públicas. A operação em conjunto mostrou a eficiência de um trabalho focado em desarticular essas redes complexas, mas também revelou brechas que precisam ser encerradas para evitar futuras infiltrações.

Em resumo, a ação coordenada entre PF e MP é uma prova de que a luta contra o crime organizado necessita de vigilância constante e operações minuciosas para desmantelar redes criminosas. A situação de Elaine Souza Garcia não é apenas um caso isolado, mas um alerta para o perigo latente da associação entre CACs e facções criminosas, que coloca em risco a segurança pública.