Reprodução/TV Globo
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) não tem dúvidas de que o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior é o autor do assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, ocorrido em Belo Horizonte. O delegado Evandro Radaelli, responsável pela investigação, deu entrevista ao Fantástico, da TV Globo, e classificou os indícios reunidos até agora como “irrefutáveis”.
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Segundo a instituição, Renê será indiciado por homicídio duplamente qualificado, ameaça contra a motorista do caminhão de coleta de lixo e porte ilegal de arma de fogo. Se condenado, ele pode cumprir até 30 anos de prisão.
Nesta segunda-feira (18), a morte de Laudemir completou uma semana. Familiares organizaram, por meio das redes sociais, um momento de oração em memória do trabalhador, pedindo que a homenagem fosse feita de forma individual, em qualquer local, como gesto de fé e de clamor por justiça.
O homicídio ocorreu na manhã da segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, região Oeste da capital. Durante uma coleta de lixo, o empresário tentou forçar a passagem com um carro elétrico BYD cinza e ameaçou a motorista com uma arma. Os garis tentaram acalmar a situação, mas Renê saiu do veículo e atirou contra Laudemir, que não resistiu. Após o disparo, o suspeito fugiu sem prestar socorro.
Renê Júnior é casado com a delegada da Polícia Civil de Minas Gerais Ana Paula Balbino. No setor profissional, ele tem 27 anos de experiência na área de alimentos e bebidas, com passagens por empresas multinacionais. Porém, acumula registros de ocorrências anteriores em São Paulo e no Rio de Janeiro, incluindo violência doméstica e um atropelamento com morte em 2011.
O empresário foi identificado por testemunhas e pela placa do veículo. Ele foi preso em flagrante ainda na tarde do crime, em uma academia no bairro Estoril, região Oeste de BH. Dois dias depois, a Justiça converteu a prisão em preventiva, atendendo a pedido do Ministério Público.
Apesar disso, Renê nega a autoria do homicídio. Em depoimento, alegou ter passado a manhã em deslocamentos até sua empresa em Betim e, posteriormente, ido passear com os cães antes de se dirigir à academia, onde foi detido.
A Polícia Civil também confirma que a arma utilizada no crime pertence à delegada Ana Paula Balbino. Na residência do casal, foram apreendidas duas armas registradas em nome dela, uma de uso pessoal e outra profissional. O calibre de uma delas é compatível com o da munição utilizada no homicídio.
Um procedimento administrativo foi instaurado para verificar eventual envolvimento da delegada. Até a conclusão da investigação, ela segue no cargo.