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Homem invade casa da ex e é morto pelo dono do imóvel

Homem não aceitava fim de relacionamento e tinha histórico de violência doméstica contra ex-companheira

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Assassinato aconteceu na noite de domingo (25), nesta rua, no bairro Menezes, em Ribeirão das Neves, na Grande BH | Foto: Reprodução Google Street View

Está preso e à disposição da Justiça, um homem de 57 anos que matou o ex-companheiro de uma inquilina dele em Ribeirão das Neves, na Grande BH. Segundo a Polícia Militar, o crime ocorreu porque a vítima, que tem 38 anos, teria invadido o imóvel, agredido e ameaçado matar a mulher.

Testemunhas disseram à PM que no sábado (23), Edmar Ferreira Dias invadiu o terreno onde fica a casa que a ex-companheira mora, na rua Mato Grosso do Sul, no bairro Menezes. O proprietário do imóvel disse aos policiais que ao ver Edmar pulando o muro do terreno repreendeu o homem que o teria ameaçado dizendo: “você é um homem morto”.

Briga e morte

Logo após a ameaça, o homem entrou na casa da ex e a agrediu. Durante a confusão, vizinhos defenderam a mulher e conseguiram conter Edmar que fugiu dizendo que voltaria para matar a ex-companheira.

Na noite de domingo (24), Edmar voltou ao local e novamente pulou o muro para invadir a casa da ex-mulher. Foi então que o dono do imóvel foi tentar conter o homem, mas foi agredido por Edmar com uma pedrada.

Os dois então começaram a brigar e o dono do imóvel esfaqueou Edmar uma única vez na barriga. Logo em seguida, vizinhos chamaram a PM que ainda levou a vítima para ser socorrida no Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova. Edmar morreu ao dar entrada na unidade de saúde.

Agressões constantes

A ex-companheira de Edmar disse á Polícia que ele não aceitava o fim do relacionamento deles e que há pelo menos quatro meses a ameaçava constantemente. A mulher disse ainda que já tinha sido agredida pelo ex-companheiro e que Edmar tinha uma medida protetiva contra ele estabelecida por sucessivos episódios de violência doméstica.

Legítima defesa

Os policiais prenderam o assassino de Edmar próximo ao local do crime. No momento da prisão, o homem, que era o dono do imóvel onde vive a ex-companheira de Edmar, o homem estava com a faca usada no assassinato. A arma estava suja de sangue. Ele segue preso na Delegacia de Ribeirão das Neves onde a ocorrência foi registrada.

Aos policiais, o homem disse que depois que Edmar o atingiu com uma pedrada foi até o carro e pegou a faca. O suspeito afirmou ainda que buscou a faca depois de ter lembrado da ameaça feita por Edmar no sábado e agiu em legítima defesa dele e da ex-companheira da vítima.

Segundo Rafael Pereira, advogado especialista em direito criminal, a ação do dono do imóvel pode ser vista como uma “legítima defesa de terceiros”, já que Edmar vinha ameaçando a ex-companheira, tinha antecedentes de violência doméstica contra a mulher e já tinha declarado a clara intenção de matar a mulher. “Ao que tudo indica ele agiu com a intenção de evitar que o homem consumasse as ameaças que fez, não só a ex como a ele também. Com todo o histórico de violência contra a ex-companheira e a intenção clara do Edmar em continuar as agressões, a ação do homem pode ser colocada como de legítima defesa”, defende o criminalista.

Audiência de custódia

Para o advogado é possível que o dono do imóvel seja solto, após uma audiência de custódia que normalmente é realizada pela Justiça para definir o destino de quem comete crimes de qualquer natureza. “Ele pode responder todo este processo em liberdade, desde que a defesa dele prove que agiu em legítima defesa. Caso contrário, ele, por mais que diga que cometeu o crime para defender a mulher que estava sendo agredida, vai seguir preso”, explica o criminalista.

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