Três mulheres morreram após consumirem um bolo supostamente envenenado em Torres, no Rio Grande do Sul, antes do Natal de 2024, levantando questões sobre a presença de arsênio no alimento. Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar o doce, foi presa e está sob investigação por triplo homicídio qualificado.
Os exames dos sobreviventes confirmaram a presença de arsênio, um elemento químico perigoso conhecido por sua toxicidade. Enquanto as investigações prosseguem, a polícia busca entender como o arsênio foi parar no bolo e se há intenção criminosa associada ao caso.
Morreram ao comer o bolo as irmãs Maida Berenice Flores da Silva e Neuza Denize Silva dos Anjos, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, filha de Neuza.
Deise é nora de Zeli dos Anjos, que preparou o bolo e está hospitalizada. Ela tem 60 anos. Uma criança que comeu o bolo recebeu alta.
O arsênio é um elemento químico que, mesmo em pequenas quantidades, pode ser fatal. Pelas suas propriedades insípidas e incolores, o arsênio, especialmente na forma de arsênico, pode facilmente passar despercebido em alimentos. Relatos iniciais indicaram que o bolo apresentava um gosto estranho, levando alguns a interromperem o consumo, mas infelizmente não a tempo de evitar as tragédias.
O elemento é comum em pesticidas e em tratamentos químicos usados em oncologia, mas seu uso é rigorosamente controlado no Brasil para evitar incidentes como este. A investigação policial visa esclarecer se o arsênio foi introduzido no bolo de forma deliberada e procurará possíveis motivações por trás do ato.
A investigação policial avança com interrogatórios e coleta de evidências. Até o momento, cerca de 15 testemunhas já foram ouvidas para ajudar a esclarecer os acontecimentos. As análises laboratoriais do bolo serão cruciais para determinar qualquer contaminação cruzada ou adição intencional do veneno.
Um ponto crítico será entender a origem do arsênio e as circunstâncias que levaram à sua presença no bolo. O laudo pericial é esperado para esclarecer esses detalhes na próxima semana. Enquanto isso, a defesa de Deise Moura dos Anjos aguarda para se pronunciar oficialmente, argumentando falta de acesso aos detalhes completos da investigação.
A intoxicação por arsênio pode ter consequências severas para a saúde. Seus efeitos variam de reações alérgicas e problemas gastrointestinais em casos agudos, a riscos de câncer e morte em exposições prolongadas. A intoxicação se torna evidente com a rápida deterioração do estado físico, como observado nas vítimas em Torres.
Especialistas alertam que a ingestão de 100 mg ou mais de arsênio pode ser letal para um adulto. O caso em questão sublinha a importância de regulamentar e monitorar substâncias perigosas como aquela em alimentos e produtos químicos em escala global.
Os eventos ocorridos em Torres são um importante lembrete sobre a necessidade de vigilância e segurança em relação a substâncias perigosas presentes no dia a dia.