Notícias

VIOLENTOS E PERIGOSOS: saiba quem são os 5 criminosos mais procurados de MG

A maioria é acusada de assaltos a bancos e assassinatos, segundo polícia

Publicado

em

Foragidos procurados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de MG | Foto: Reprodução Sejusp- MG

O que essas mentes criminosas têm em comum? O Portal Aqui entrevistou, com exclusividade, o psicólogo forense e investigativo pela Universidade de Liverpool, na Inglaterra, Denis Lino. Para o especialista, mais do que usar apelidos que já podem indicar alguns dos traços psicológicos, o comportamento agressivo e até os nomes possivelmente falsos para continuarem foragidos, os criminosos possuem traços comportamentais em comum.

A origem pode estar ligada, segundo análise de Lino, a fatores biológicos, psicológicos e até aos problemas na vida social durante a infância e adolescência. Além disso, ainda de acordo com o psicólogo forense, à medida que eles vão se aperfeiçoando no crime e conseguem escapar, a tendência é que sejam mais destemidos e se especializem, o que acaba ajudando-os a obter mais lucro com a prática dos crimes.

Os cinco mais procurados

Dalmo Gomes dos Santos, 40 anos, mais conhecido como “Rebelde ou Pantera” é apontado como chefe do tráfico de drogas em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Conforme ficha policial, o homem também é envolvido em crimes como assassinato, extorsão mediante sequestro e, de acordo com os investigadores, ligado a facções do narcotráfico no Brasil e no Paraguai. Para a polícia, é possível que ele já tenha realizado cirurgias plásticas com o objetivo de não ser encontrado.

Márcio Carmo Pimentel, 42 anos, chamado de “Ian, Yan, Branco ou Gordo” nasceu em Ipatinga, no Vale do Aço e é considerado um dos assaltantes mais perigosos do país, com envolvimento em ações violentas durante os crimes de assaltos a bancos, carros-fortes e transportadoras de valores. Ele é conhecido como o “Rei do Cangaço” e tem, pelo menos, 13 mandados de prisão em aberto nos estados de Goiás, Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais, de acordo com a polícia.

Nascido em Brasília de Minas, no norte do Estado, Joaquim Daniel da Conceição Magalhães, 31 anos, é chamado de “Paulista”, no mundo do crime. Além de ter ligação com narcotraficantes do Morro do Alemão, na capital do Rio de Janeiro, segundo investigações ele tem passagem por assassinato.

Ligado à organização de venda de drogas com ramificação é atribuída à “Gangue do Baiano”, Jonathan Henrique de Assis Teixeira, 30 anos, é de Contagem, na Grande BH. Mas, é chamado de “Costela, Jon ou Jow” pelos parceiros do crime. Ele é procurado por homicídio e, segundo a polícia, por possivelmente estar envolvido com o “novo cangaço”, em que os assaltantes invadem bancos em ações violentas, carros-fortes e empresas de valores.
inserir foto

Joldean Lopes de Oliveira, 34 anos, conhecido como “Nego”, tem passagem por porte ilegal de arma de fogo. Ele, segundo a polícia, é do estado do Maranhão, procurado por ataques violentos a bancos, carros-fortes e transportadoras de valores realizados no Pará, Tocantins, Goiás, Maranhão e Minas Gerais.

A ANÁLISE DO ESPECIALISTA

Para entender sobre o perfil psicológico desses criminosos, o Portal Aqui conversou, com exclusividade, com o psicólogo forense e investigativo Denis Lino @prof.denis.lino


As idades dos procurados são entre 30 e 40 anos. Podemos dizer que estão dentro de algum perfil comum de criminosos?


Sim, sabe-se que a maioria dos crimes são cometidos por jovens, seja no fim da adolescência ou início da vida adulta. Geralmente, os crimes cometidos nessa faixa etária (até 24 anos) são menos sofisticados, mais violentos, deixam mais rastros e geram menos lucros aos criminosos. A tendência é que os criminosos se especializem com o tempo, idade e experiência no cometimento de crimes. Por isso, não é de se surpreender que os criminosos praticantes de crimes de alta complexidade e que geram muito lucro estão nessa faixa etária (30 a 40 anos).

Pode-se dizer que o histórico familiar disfuncional (atritos de família, lar violento) na vida infantil e ou na adolescência pode ter contribuído para esse tipo de conduta também agressiva durante os crimes?


É sabido que o envolvimento com criminalidade é multifatorial, em que fatores biológicos, psicológicos e sociais estão em jogo. Um deles é justamente o relacionamento do indivíduo com a família e a sociedade durante seu desenvolvimento na infância e adolescência. Portanto, podemos dizer que é possível sim que esses sujeitos tenham tido um desenvolvimento em um ambiente disfuncional, por exemplo, sendo expostos frequentemente à criminalidade, ou não tendo modelos ou padrões sociais adequados em que eles pudessem se espelhar. Porém, para se afirmar isso, levando em conta a particularidade de cada um desses indivíduos, é necessário um estudo mais aprofundado.

Existem bandidos que roubam bancos, carro-forte, mas nem sempre operam de forma cruel e violenta. Isso pode trazer alguma indicação da personalidade deles?


Sim, dizemos que a cena do crime reflete quem o cometeu, então um crime cometido sem o uso de violência é indicativo de uma pessoa que não é violenta no seu dia a dia. É provável que esta pessoa tenha bom controle de seus impulsos, não seja suscetível a ataques de raivas, busque resolver seus conflitos de outras maneiras antes de se voltar para a violência e tenha boas habilidades interpessoais.

PROCURA-SE


Dos 21 homens que aparecem na lista do programa Procura-se, divulgada em abril do ano passado, 13 foram presos até o momento. A maioria foi capturada com ajuda de pessoas que ligaram para 181 e fizeram denúncia anônima. Quem liga tem o sigilo e o anonimato garantidos, de acordo com a polícia. As informações mais importantes para contribuir para a captura desses criminosos é dizer onde e quando foram vistos para que a investigação no local seja feita e a possível prisão. Segundo a polícia, em 13 anos de atuação do 181, já mais de 243 mil pessoas foram presas. 47 toneladas de drogas e 27 mil armas foram apreendidas.

Receba as notícias do Aqui de graça no seu celular. Inscreva-se.