Saúde

Anvisa determina suspensão de cinco lotes de medicamentos feitos em Minas Gerais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão imediata da comercialização, distribuição e uso de cinco lotes de furosemida injetável fabricados pela Hypofarma, empresa sediada em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A medida, publicada no Diário Oficial da União em 6 de novembro, atende a um recolhimento preventivo iniciado pela própria farmacêutica após identificar possíveis falhas no vidro das ampolas.

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A furosemida é um diurético e anti-hipertensivo amplamente utilizado em hospitais e clínicas para tratar edemas, insuficiência cardíaca aguda e crises hipertensivas. Por isso, a suspensão dos lotes 25060692, 25060693, 25060694, 25060695 e 25060696, todos de solução injetável de 10 mg/ml, acende um alerta para profissionais de saúde e serviços que utilizam o medicamento em larga escala.

Recolhimento preventivo e sem registros de eventos adversos

De acordo com o texto da Anvisa, a Hypofarma comunicou voluntariamente o recolhimento após detectar indícios de fragilidade no vidro das ampolas desses lotes. A empresa ressaltou, em nota, que não há registros de queixas técnicas ou eventos adversos relacionados ao produto e que os demais lotes seguem liberados.

A farmacêutica afirmou ainda que mantém colaboração integral com as autoridades sanitárias e reforçou seu compromisso com a segurança e a transparência.

Lote anterior já havia sido suspenso

Essa não é a primeira vez que a furosemida da Hypofarma é retirada de circulação. Em 17 de setembro, a Anvisa suspendeu o lote 24111911 após a Vigilância Sanitária Municipal de Jaraguá do Sul (SC) confirmar a presença de um material semelhante a caco de vidro dentro das ampolas. O problema, identificado em julho, também estava ligado à fragilidade do vidro.

Empresa chegou a ser interditada em agosto

Além das suspensões, a Hypofarma já havia enfrentado uma interdição cautelar após uma inspeção da Vigilância Sanitária Estadual de Minas Gerais, realizada entre 18 e 22 de agosto, encontrar não conformidades nas Boas Práticas de Fabricação. A empresa apresentou ações corretivas, passou por nova inspeção com apoio da Anvisa e teve a interdição retirada em setembro.

A agência esclareceu que a interdição não tem relação direta com o recolhimento dos lotes de furosemida.

O que profissionais de saúde precisam saber

Com a suspensão, hospitais, clínicas, farmácias e distribuidores devem interromper imediatamente o uso e a comercialização dos lotes afetados. A recomendação é que os estabelecimentos sigam as orientações de recolhimento da empresa e notifiquem qualquer irregularidade ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

A decisão reforça a importância do monitoramento contínuo na cadeia produtiva de medicamentos e destaca o papel das inspeções e denúncias na prevenção de riscos aos pacientes.

Maria Clara Landim

Jornalista formada pela PUC Minas, com experiência em fotojornalismo, assessoria de imprensa e jornalismo digital. Já atuou nas redes sociais e na redação da Rádio Itatiaia e como pesquisadora na Comunidade Quilombola de Pinhões. Atualmente, é repórter e redatora nos portais Sou BH e Aqui.