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Saúde

Anvisa proíbe venda de anéis que prometem medir glicose

Anéis eram vendidos em sites por até R$ 170 com a promessa de medir glicose no sangue

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Anéis prometem medir glicose | Reprodução / Amazon

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, em medida publicada nessa terça (2), a venda de anéis que prometem medir glicose apenas pelo contato com a pele. O veto também inclui a fabricação, importação, propaganda e uso desses dispositivos.

Produtos como os anéis Glucomax e Glicomax Pro eram comercializados em plataformas digitais e redes sociais por até R$ 170 com a promessa de facilitar o acompanhamento dos níveis de açúcar no sangue, dispensando o uso das tradicionais amostras de sangue.

No entanto, todos esses equipamentos, desde anéis até acessórios magnéticos prometendo mensurar a glicemia, não tinham registro sanitário junto à Anvisa.

Proibição

A decisão da Anvisa de proibir a venda, fabricação, importação e propaganda desses anéis foi motivada pela ausência de comprovação científica e certificação regulatória. De acordo com a agência reguladora, sem um processo de validação, não há como garantir que o equipamento proporcione resultados confiáveis.

Além disso, esses dispositivos utilizavam dois pequenos ímãs como suposto mecanismo de medição, uma tecnologia sem reconhecimento pela medicina ou pela literatura científica para avaliar glicose no sangue.

A preocupação das autoridades de saúde é evitar que informações imprecisas comprometam o tratamento dos pacientes, principalmente daqueles que dependem de leituras exatas para o controle do diabetes.

Sem a precisão exigida, existe o risco de decisões equivocadas no uso de medicamentos, incluindo a administração inadequada de insulina, o que pode causar quadros graves, como hipoglicemia severa e outros efeitos adversos.

O alerta da Anvisa segue uma recomendação da Food and Drug Administration (FDA), autoridade regulatória dos Estados Unidos, emitida em fevereiro de 2024.

O registro sanitário é um pré-requisito indispensável para a comercialização de dispositivos médicos no Brasil. Somente após avaliações técnicas e testes criteriosos a Anvisa concede autorização para que um equipamento seja disponibilizado ao público, assegurando padrões mínimos de qualidade e segurança.

Entre os principais riscos dos anéis está a falsa sensação de segurança proporcionada pelo uso desses acessórios. Resultados imprecisos ou fictícios podem induzir consumidores a alterar doses de medicamentos ou até a dispensar acompanhamento médico, cenário que pode desencadear consequências clínicas sérias, como agravamento do quadro metabólico, complicações cardíacas e neurológicas.