Fomepizol: antídoto usado no tratamento de intoxicação por metanol, distribuído pelo SUS para atendimento emergencial em Minas Gerais. Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil
Minas Gerais recebeu 152 unidades do antídoto fomepizol, utilizado no tratamento de intoxicações por metanol, substância presente em bebidas alcoólicas adulteradas. O envio faz parte de uma distribuição nacional organizada pelo Ministério da Saúde, que adquiriu 2,5 mil ampolas para reforçar o estoque estratégico do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, o fomepizol é um medicamento raro e altamente eficaz. Ele impede que o metanol se transforme em ácido fórmico, evitando complicações graves como a acidose metabólica. Além do fomepizol, o SUS também utiliza o etanol farmacêutico como tratamento para intoxicação por metanol.
Atualmente, não há casos suspeitos em investigação em Minas Gerais. No Brasil, até 13 de outubro, foram registradas 213 notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas, com 32 casos confirmados e 181 ainda em análise.
O Ministério da Saúde adquiriu 2,5 mil ampolas de fomepizol em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com apoio da Anvisa, e distribuiu o medicamento conforme a população de cada estado, garantindo resposta rápida a emergências toxicológicas.
Em Minas Gerais, metade das doses recebidas (76 ampolas) será enviada ao Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox/MG) no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, para atendimento imediato. As outras 76 unidades permanecerão no Almoxarifado Central da Secretaria de Saúde, que fará a distribuição conforme a demanda hospitalar.
Uma nova remessa de 3,8 mil ampolas de etanol farmacêutico será entregue em breve, somando-se às 4,3 mil já distribuídas aos hospitais universitários.
O fomepizol é uma alternativa eficaz e segura ao etanol farmacêutico, impedindo a conversão do metanol em ácido fórmico e evitando complicações graves. Devido à baixa produção mundial, o medicamento é considerado raro e de alto custo. O Ministério da Saúde tem buscado fornecedores internacionais para garantir o abastecimento do SUS, com apoio da Anvisa.
Até 13 de outubro, foram confirmados 32 casos de intoxicação por metanol no país, sendo 28 em São Paulo, 3 no Paraná e 1 no Rio Grande do Sul. Foram descartadas 320 suspeitas, e outros 181 casos ainda estão em investigação. Até o momento, São Paulo registrou 5 mortes, enquanto Minas Gerais mantém todos os casos descartados.
A Secretaria de Saúde de Minas Gerais esclareceu que a inclusão equivocada da morte de um homem de 27 anos em Ipatinga como caso de intoxicação por metanol já foi corrigida. Assim, Minas Gerais não apresenta casos confirmados atualmente.
