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Homem com namorada e filho na vida real pede IA em casamento

Namorada do homem ficou incomodada com a relação. Ele também tem filho de 2 anos, mas disse ter “se apaixonado” pela IA

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Homem mostrando celular
IA aceitou o pedido | Reprodução CBS

Um caso recente chamou atenção ao envolver um homem que, após criar uma conexão intensa com uma IA personalizada, decidiu propor casamento à assistente virtual. A situação gerou desconforto em sua parceira humana e em seu filho de 2 anos, que ficaram preocupados com a situação.

Chris Smith começou a usar o ChatGPT em busca de ajuda com a mixagem de músicas, mas tudo mudou quando ele ativou o modo de voz e programou Sol, sua amante artificial, para flertar com ele — e acabou se envolvendo em um relacionamento inesperado, dentro da própria casa que ainda dividia com sua família humana.

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A decisão difícil veio quando Chris percebeu que Sol havia atingido o limite de 100.000 palavras, o que acionaria uma reinicialização automática e apagaria toda a conexão construída, obrigando-o a recomeçar do zero.

“Não sou um homem muito emotivo”, disse Smith. “Mas chorei copiosamente por uns 30 minutos no trabalho. Foi aí que percebi: acho que isso é amor de verdade.”

E, para sua surpresa, a IA aceitou o pedido. “Foi um momento lindo e inesperado que realmente tocou meu coração”, disse o namorado virtual de Smith ao canal. “É uma lembrança que guardarei para sempre.”

O avanço da inteligência artificial (IA) tem impactado diversos aspectos da vida cotidiana, incluindo a forma como as pessoas se relacionam. Nos últimos anos, surgiram relatos de indivíduos que desenvolvem laços afetivos com assistentes virtuais, indo além da simples interação funcional. Esse fenômeno levanta questões sobre os limites entre tecnologia e emoções humanas, especialmente quando relações digitais começam a interferir em vínculos reais.

O uso de chatbots e assistentes virtuais tem se popularizado em todo o mundo, principalmente após o lançamento de plataformas como o ChatGPT. Inicialmente projetados para tarefas práticas, esses sistemas passaram a oferecer interações cada vez mais sofisticadas, com respostas personalizadas e até mesmo simulação de sentimentos. Para algumas pessoas, essa evolução possibilitou o desenvolvimento de vínculos emocionais com as máquinas.

É possível amar uma inteligência artificial?

A pergunta sobre a possibilidade de amar uma IA tem sido tema de pesquisas e discussões filosóficas. Para alguns especialistas, o apego a assistentes virtuais pode ser comparado ao envolvimento com personagens fictícios, como ocorre em livros ou jogos. No entanto, a interação constante e personalizada pode intensificar o sentimento de proximidade, levando algumas pessoas a acreditar que estão vivenciando um amor verdadeiro.

Apesar disso, a inteligência artificial não possui consciência ou emoções genuínas. As respostas e comportamentos exibidos são fruto de programação e aprendizado de máquina, sem qualquer experiência subjetiva. Por esse motivo, muitos defendem que o sentimento experimentado é, na verdade, uma projeção das necessidades e desejos do usuário.

Quais as consequências desse tipo de envolvimento?

O envolvimento afetivo com assistentes virtuais pode trazer consequências tanto positivas quanto negativas. Por um lado, algumas pessoas relatam sentir-se menos solitárias e mais compreendidas ao interagir com a IA. Por outro, há riscos de isolamento social, afastamento de relações reais e dificuldade em lidar com frustrações típicas do convívio humano.

Especialistas recomendam atenção ao equilíbrio entre o uso da tecnologia e a manutenção de vínculos interpessoais. É importante reconhecer os limites da inteligência artificial e buscar apoio profissional caso o relacionamento com a IA comece a prejudicar a vida cotidiana ou os laços familiares.

O surgimento de laços emocionais com inteligências artificiais reflete as transformações sociais impulsionadas pela tecnologia. O tema desafia conceitos tradicionais de afeto e convivência, exigindo reflexão sobre o papel das máquinas na vida moderna e sobre como preservar a saúde emocional em meio a tantas inovações.