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Homem que matou a tia e arrancou o coração deixa hospital psiquiátrico

Decisão permite que ele siga tratamento em regime ambulatorial com acompanhamento diário em Campinas

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Laudos indicam estabilidade clínica, mas exigem monitoramento constante e restrições judiciais

Lumar Costa da Silva, 34, recebeu alta do Hospital Psiquiátrico de Segurança Máxima em Cuiabá após seis anos internado. Ele foi preso em 2019 por matar a própria tia, arrancar o coração da vítima e entregar o órgão à filha dela. 

A partir de decisão judicial, passará a cumprir tratamento em regime ambulatorial intensivo no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Campinas, no interior de São Paulo.

A decisão foi assinada no dia 18 de junho pelo juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, com base em laudos médicos que apontam estabilidade clínica. Lumar deixou a unidade na última sexta-feira (20) e deve se apresentar ao Caps assim que chegar à nova cidade.

Monitoramento e restrições

Apesar da alta, o réu segue com diagnóstico de transtorno mental crônico. O laudo mais recente aponta que ele apresenta juízo crítico preservado e está clinicamente estável. O documento alerta que a condição é incurável e exige acompanhamento constante e por tempo indeterminado.

Lumar continuará sob monitoramento da Justiça e deverá cumprir uma série de restrições, entre elas: 

  • não pode sair da comarca sem autorização
  • frequentar locais considerados inadequados: pontos de tráfico, bingos ou casas de prostituição
  • nem consumir álcool ou qualquer substância ilícita.

Ele também precisará passar por nova perícia psiquiátrica ao fim de um ano para avaliar se há possibilidade de cessação da sua periculosidade.

Vínculo familiar como base para a decisão

A mudança para Campinas foi autorizada por ser o município onde o réu possui familiares. O pai dele foi nomeado curador legal e terá a responsabilidade de acompanhar o tratamento, garantir o cumprimento das exigências e enviar relatórios médicos periódicos à Justiça.

O juiz destacou, no despacho, que os relatórios técnicos indicam que, mesmo mantendo o diagnóstico, a condição atual permite o manejo clínico fora do ambiente hospitalar, desde que o tratamento seja rigorosamente seguido.

Crime em 2019 levou à internação

O crime ocorreu em julho de 2019. Sob efeito de drogas e relatando ouvir vozes, Lumar matou a própria tia, retirou o coração da vítima e o entregou à filha dela.

Na época, ele foi preso em flagrante e levado ao presídio de Sinop, mas transferido para uma unidade psiquiátrica após exames indicarem transtorno mental grave. Desde então, cumpriu medida de segurança em regime de internação e passou por tratamentos contínuos.