Cidades
Haddad diz a Zema: “Não é hora de fazer graça para imprensa”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), fez duras críticas ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em relação à busca por uma solução para a dívida bilionária do Estado com a União.
Segundo o ministro, Zema tem atrapalhado o processo com críticas públicas direcionadas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Não é “hora de ficar batendo boca e fazendo graça na imprensa”, disse Haddad.
Durante uma entrevista à imprensa após uma reunião com Pacheco, Haddad afirmou que Zema deveria se aliar ao senador para resolver o problema, ao invés de atacá-lo nas redes sociais e na imprensa.
O ministro destacou que esse tipo de conduta não ajuda e ressaltou a importância de sentar com técnicos para buscar a melhor solução.
Haddad também criticou a demora do governo estadual em resolver o impasse financeiro e ressaltou que Zema poderia ter buscado soluções durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já que eram aliados políticos.
Ele destacou que a dívida de Minas Gerais aumentou significativamente durante o mandato de Zema.
Em defesa de Pacheco e Lula, o ministro ironizou que Zema pode ficar tranquilo, pois há pessoas sérias no Ministério da Fazenda e na presidência do Congresso Nacional.
Ele cobrou do governador uma postura construtiva em relação a Pacheco, destacando que o senador é quem tem a caneta nas mãos para colocar em votação novas medidas para o Regime de Recuperação Fiscal.
Publicamente, tanto o governo de Minas Gerais quanto o governo federal demonstraram interesse em viabilizar o plano proposto por Pacheco. No entanto, a equipe econômica da União solicitou um prazo até 31 de março de 2024 para avaliar o projeto, que depende também da aprovação do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas dos estados interessados.
Enquanto isso, o Estado busca obter parecer favorável do Supremo Tribunal Federal (STF) para estender o prazo de suspensão do pagamento da dívida. Caso não adira ao Regime de Recuperação Fiscal, o governo Zema terá que retomar a quitação das parcelas a partir de 20 de dezembro. Porém, se o pedido for atendido pelo STF, Minas Gerais terá mais 120 dias para negociar o débito.