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Cidades

Subsídio dos ônibus equivale a quase 1 terço do valor pago de IPTU em BH

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(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Para que o preço da passagem de ônibus continue como está, é como se cada proprietário de imóvel em Belo Horizonte tivesse que contribuir com quase um terço do que paga de IPTU para bancar o subsídio.

A proposta da Prefeitura de BH é que a Câmara Municipal aprove um projeto que injeta R$ 476 milhões nas concessionárias, quase o dobro do aprovado no ano passado.

Em 2022, a projeção de arrecadação de IPTU na capital foi de R$ 1,580 bilhão. Isso significa que 30% do que se paga em imposto residencial será destinado para as empresas de ônibus.

Com cerca de 2 milhões e meio de habitantes, o valor significa que cada um, incluindo crianças e bebês, estariam pagando R$ 190,40 para os ônibus. Mas esta não é a única contribuição para o sistema.

Além de quase um terço do IPTU como contribuição, seja usuários do transporte, ou não, há também um valor embutido na própria passagem que subsidia quem não paga a tarifa. Segundo o presidente executivo do Sindicato das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), Raul Lycurgo Leite, a passagem em BH deveria custar R$ 3,20.

Em entrevista a rádio Itatiaia ele explicou que somando o valor pago pelos usuários, de R$ 4,50 com as somas das gratuidades, para idosos e estudantes, por exemplo, a média fica em R$ 3,20.

Na mesma entrevista ele disse que hoje as principais contas já são pagas com o valor da passagem: combustível e salários. Falta dinheiro para manutenção e renovação da frota. O valor do subsídio, porém, quase dobraria o faturamento das empresas. Usando os valores apresentados pelo próprio Raul Lycurgo, seria possível renovar quase 25% da frota com o subsídio.

Fuad Noman x Gabriel Azevedo

O subsídio dos transportes virou uma briga entre o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo, e o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman.

O prefeito defende o subsídio enquanto Gabriel é contra entregar o dinheiro se as empresas não estiverem dispostas a fazer alguma melhoria. Durante a eleição para a presidência da CMBH, Fuad teria dito que queria “qualquer um, menos o Gabriel” na cadeira de presidente do legislativo.