Tradições pagãs, símbolos naturais e ritos religiosos compõem o cenário histórico da principal data do calendário cristão | Crédito: freepik
A celebração da Páscoa tem origens anteriores ao cristianismo e está relacionada a rituais pagãos do hemisfério norte. O termo remete à figura de Ostara, divindade escandinava associada ao início da primavera. O período marca o equilíbrio entre dia e noite, além do fim do inverno. Ostara era representada ao lado de animais, como coelhos, e segurando um ovo — elementos ligados à fertilidade e ao renascimento.
Entre os povos que cultuavam essa divindade, havia o costume de esvaziar ovos e pintá-los com cores marcantes. Os objetos, chamados “Ovos de Ostara”, eram trocados entre os participantes dos rituais, especialmente por mulheres que desejavam engravidar. Essa prática originou o hábito moderno da troca de ovos durante a Páscoa.
Com o surgimento e a expansão do cristianismo, esses elementos passaram a ser associados à ressurreição de Jesus Cristo. A simbologia do ovo foi reinterpretada como representação da nova vida. A escolha do domingo como data da celebração está vinculada ao “Dia do Sol”, em conexão com interpretações da figura de Cristo como manifestação solar que ressurge após o inverno.
Na tradição católica, a Páscoa também envolve a peregrinação por sete igrejas, prática que simboliza o percurso da Via Crucis. O ato é realizado como forma de rememoração e preparação espiritual. A relação com elementos naturais e cósmicos permanece presente em diversas manifestações culturais ligadas à data.
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Alguns ritos domésticos também fazem parte das celebrações. Em algumas famílias, o domingo de Páscoa inclui a leitura do Salmo 22, que está associado aos últimos momentos de Jesus.
O gesto é acompanhado pelo uso de azeite na testa dos participantes e o consumo de água mineral, em alusão à purificação. Roupas nas cores amarela ou laranja também são utilizadas para marcar o encerramento de um ciclo.