Entenda por que estão nascendo mais gêmeos do que nunca

O fenômeno dos nascimentos múltiplos, especialmente gêmeos, tem sido objeto de pesquisa e discussão nos últimos anos. Historicamente, as taxas de gêmeos acompanhavam o declínio global das taxas de natalidade, mas recentes estudos indicam um aumento nos nascimentos múltiplos. Este aumento pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo mudanças sociais e avanços médicos, como tratamentos de fertilidade.

Em termos biológicos, gestações múltiplas ocorrem principalmente quando dois ou mais óvulos são fertilizados, ou quando um único óvulo se divide logo após a fertilização. A “hiperovulação” também é um fator, especialmente em mulheres em fase de menopausa, devido à alteração dos padrões hormonais. Este fenômeno contribui tanto para gestações duplas quanto para as de ordem superior, como trigêmeos ou mais.

Como o uso de tratamentos de fertilidade afeta as taxas de gêmeos?

O avanço dos tratamentos de fertilidade ao longo das décadas desempenhou um papel significativo no aumento dos nascimentos múltiplos. Durante os primeiros anos desses tratamentos, a transferência de múltiplos embriões era comum para aumentar as chances de sucesso. Contudo, essa prática elevou consideravelmente as taxas de gestações múltiplas em comparação aos métodos naturais.

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A conscientização pública e médica sobre os riscos associados a esses nascimentos, como partos prematuros e complicações neonatais, levou à implementação de campanhas como “One at a Time”. Esta campanha visa reduzir os nascimentos múltiplos incentivando a transferência de apenas um embrião por vez. Como resultado, a taxa de gestações múltiplas decorrentes de tratamentos de fertilidade tem diminuído.

Os nascimentos múltiplos, apesar de serem uma alegria para muitos, acarretam desafios únicos. No Reino Unido, por exemplo, a taxa de natimortos é significativamente maior em gestações múltiplas do que em gestações únicas. Este fato, combinado com os desafios financeiros e emocionais, pode aumentar a ansiedade dos pais.

Os custos associados à criação de gêmeos ou trigêmeos são exorbitantes. Famílias podem gastar pelo menos £20 mil (cerca de R$ 144 mil) a mais em comparação com a criação de dois filhos únicos de forma sucessiva. Além disso, existe a demanda por cuidados adicionais nos primeiros anos de vida, que podem incluir desde apoio prático até preocupações financeiras acrescidas.

O que o futuro reserva para as taxas de nascimentos múltiplos?

Embora vivamos uma era em que a taxa geral de fertilidade esteja em declínio, as projeções apontam para um aumento na porcentagem de nascimentos múltiplos. Este paradoxo pode ser parcialmente explicado pelo aumento da idade maternal e pela popularização dos tratamentos de fertilidade.

Os futuros planos de saúde materna devem considerar as necessidades específicas destas famílias, assegurando suporte adequado. Com a probabilidade de mais tratamentos de fertilidade sendo realizados internacionalmente, as práticas e políticas variam ao longo das fronteiras, impactando diretamente as estatísticas de nascimentos múltiplos.

À medida que avançamos para o futuro, o equilíbrio entre políticas de saúde pública, avanços na medicina reprodutiva e as escolhas pessoais das famílias desempenhará um papel crucial na determinação das taxas de nascimentos múltiplos. A necessidade de suporte e compreensão para essas famílias é mais crítica do que nunca, à medida que elas navegam pelos desafios únicos que os nascimentos múltiplos trazem.