Mundo
Homem acorda durante preparo para retirada de órgãos
Homem havia sido declarado em morte encefálica após overdose; caso gerou investigação federal sobre diagnóstico precoce.
Anthony Thomas Hoover II, hoje com 36 anos, acordou sedado em uma sala de cirurgia onde médicos se preparavam para remover seus órgãos para doação.
O episódio ocorreu em 2021, no estado do Kentucky, nos Estados Unidos, depois que Hoover sofreu uma overdose. À época com 33 anos, ele foi declarado em morte encefálica e colocado na lista de doadores.
O que deveria ser o desfecho de uma fatalidade tomou outro rumo quando Hoover, segundo relatos da família, começou a se mover e abrir os olhos enquanto estava deitado na maca.
- Faustão vira parte de campanha do governo Lula para incentivar doação de órgãos
- Caso Pavesi: Médico é condenado a 21 anos de prisão por morte de menino
- Mandante de assalto e tortura a casal de militares em Igarapé é condenado a 47 anos de prisão
O suporte de vida já havia sido retirado. Os profissionais sedaram novamente o paciente, encerraram o procedimento e suspenderam a doação.
O caso, que permanece em apuração, levou à abertura de uma investigação federal pela HRSA (Health Resources and Services Administration), vinculada ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
A suspeita é que diagnósticos de morte encefálica estejam sendo realizados de forma apressada, especialmente entre usuários de drogas, para atender à alta demanda por transplantes no país.
Paciente sobrevive, mas com sequelas
Desde o episódio, Hoover vive com limitações motoras severas e perdeu a capacidade de fala. Não foi possível determinar se as sequelas foram provocadas pela overdose, pela interrupção da oxigenação cerebral ou por procedimentos médicos realizados durante a tentativa de retirada de órgãos.
A irmã de Hoover, que acompanha de perto a investigação, afirmou que a família espera por responsabilizações.
“É um processo doloroso, mas necessário. Não queremos que outras famílias passem pelo que passamos”, declarou em nota.
Doadores devem cumprir critérios médicos e legais
No Brasil, as regras para doação de órgãos são estritas. Pessoas com doenças transmissíveis como hepatites B e C, HIV, HTLV, tuberculose ativa ou doença de Chagas são impedidas de doar.
Também são excluídas da lista aquelas com infecções generalizadas (sepse), doenças degenerativas em fase terminal ou falência múltipla de órgãos.
- Elton John surpreende e diz quais órgãos que foram removidos: ‘Não sobrou muito’
- Família decide doar todos os órgãos de sargento assassinado em BH
A idade também é um fator de restrição. Cada órgão tem um limite máximo para doação.
Corações e pulmões, por exemplo, só podem ser doados até os 55 anos. Rins, até 75. A exceção são as córneas, cuja doação não é condicionada à idade.
Menores de 21 anos não podem doar sem autorização dos responsáveis legais.
Já a doação pós-morte só é autorizada mediante diagnóstico comprovado de morte encefálica e consentimento da família.