Aos 15 entrou na faculdade; aos 25, vai estudar em Harvard

Aos 15 anos, Layse Dias começou a cursar Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Neste domingo (3), dez anos depois, ela embarca para os Estados Unidos, onde fará mestrado na Faculdade de Direito de Harvard, uma das mais tradicionais do mundo.

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A história teve início em 2014, quando, ainda no ensino médio, Layse prestou o Enem como “treineira” e acabou conseguindo nota suficiente para ser aprovada no Sisu. Para garantir a matrícula, precisou entrar na Justiça e obteve autorização para realizar o Encceja antes da idade permitida.

Durante o primeiro ano da graduação, era acompanhada todos os dias pela mãe, que a esperava do lado de fora da faculdade, em Natal (RN). As aulas eram à noite.

Trajetória acadêmica e bolsa parcial

Ao longo da graduação, Layse buscou oportunidades além da sala de aula. Participou da holding jurídica Capitólio, viajou a Paris para estudar francês e ministrou aulas no Instituto Ágora, da própria UFRN. 

Um ano depois, organizou uma visita de estudantes da UFRN ao mesmo escritório, em São Paulo. O reencontro com uma das sócias e, posteriormente, uma conversa com outro sócio durante uma palestra em Fortaleza resultaram em um convite para o processo seletivo.

Contratada após a formatura, mudou-se para São Paulo em 2019. Afastar-se do trabalho para estudar no exterior foi um acordo feito com o escritório, que garantiu sua vaga após o retorno.

Custo do curso e desafios financeiros

Layse conseguiu uma bolsa parcial de US$ 5 mil (cerca de R$ 28 mil) e o direito a um empréstimo estudantil com juros reduzidos. 

Apesar disso, ainda busca formas de cobrir os custos restantes, o curso tem valor total estimado em US$ 80 mil (cerca de R$ 446 mil), além das despesas com moradia e alimentação.

Origem e planos para o futuro

Layse atribui parte da conquista à capacidade de construir conexões ao longo do tempo. Ela diz que o ambiente da universidade pública e a convivência com alunos mais velhos contribuíram para amadurecer cedo.

Apesar da experiência internacional, o plano é retornar ao Brasil. Ela pretende aplicar no país o conhecimento obtido em Harvard, especialmente na área de fusões e aquisições, e seguir na carreira jurídica.