Saúde
“Deixar ir ou tentar tudo”: médicos revelam momento crítico do papa Francisco
Equipe chegou a considerar interromper os cuidados, mas insistiu no tratamento; broncoaspiração quase foi fatal
Durante os 38 dias de internação do papa Francisco, um momento específico colocou toda a equipe médica diante de uma escolha difícil: insistir no tratamento ou aceitar que talvez fosse hora de deixá-lo partir. A revelação foi feita nesta terça-feira (25) pelo cirurgião Sergio Alfieri, que acompanhou o pontífice durante todo o período no hospital.
Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, Alfieri contou que o quadro de saúde do papa chegou a um ponto crítico, e a equipe médica avaliou que continuar com os medicamentos e terapias representava riscos sérios, inclusive de afetar outros órgãos.
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“Tivemos que escolher entre parar e deixá-lo ir, ou forçá-lo e tentar tudo o que fosse possível”, disse o médico.
A decisão de continuar veio também pela voz do enfermeiro pessoal do papa, Massimiliano Strappetti, que teria dito: “Tente de tudo, não desista.” Para Alfieri, essa frase expressou o sentimento coletivo da equipe. “E ninguém desistiu.”
Um dos momentos mais delicados ocorreu quando Francisco sofreu um episódio de broncoaspiração — quando alimentos ou líquidos entram nos pulmões. O incidente aconteceu durante uma refeição e, segundo o médico, o levou a um estado de risco extremo.
“Foi o segundo momento realmente crítico. Posso dizer que duas vezes achamos que tínhamos perdido a batalha. E então, aconteceu como um milagre.”
Mesmo diante da fragilidade física, o papa manteve algo que, segundo os médicos, fez diferença: o bom humor. Alfieri conta que, em meio às incertezas, Francisco repetia com leveza: “Ainda estou vivo.”E logo completava: “Não se esqueça de viver e manter o bom humor.”
O Vaticano informou que o papa teve alta no último domingo (23) e, desde então, segue com sessões de fisioterapia e terapia medicamentosa para retomar por completo a respiração e a fala.