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Homens controladores limitam frequência de denúncias

A Delegada da Polícia Civil, Renata Ribeiro, diz que mulheres são impedidas de fazerem denúncias pelos seus parceiros por serem controladores.

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Foto: Pexels

Os casos de crimes contra as mulheres estão chamando cada vez mais a atenção pelos padrões em que são cometidos. Muitos deles são causados por motivos fúteis, como crises de ciúmes ou insatisfação por um término. A agressividade também assusta. 

Ontem, o Portal AQUI trouxe o caso de uma mulher que teve a casa incendiada pelo ex porque ele não aceitava o término de seu relacionamento. Segundo ela, o namoro de quase 2 anos, sempre foi marcado por abusos e agressões por parte do suspeito. Na última sexta-feira (01), ao ir até sua casa e não encontrá-la, ele ateou fogo no imóvel com sua família dentro. O pai dela, um senhor deficiente de 66 anos, tentou impedi-lo mas acabou sendo agredido. 

Na segunda-feira (04), a mulher foi até a Casa da Mulher Mineira, um projeto da Delegacia da Mulher da Polícia Civil para facilitar os atendimentos às mulheres que são agredidas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Lá, ela foi atendida e os procedimentos policiais sobre o caso começaram. 

Também na última semana, uma mulher foi morta a facadas pelo seu ex-marido. Eles estavam em processo de separação e ele não aceitava a situação. Após o crime, ele fugiu do local e bateu o carro em uma rodovia. Ele morreu carbonizado no local.

A delegada Renata Ribeiro, uma das coordenadoras do projeto da Casa da Mulher Mineira, acredita que o ambiente seguro do local pode incentivar ainda mais as mulheres a denunciarem os abusos. “Com a notícia de que agora existe um ambiente mais acolhedor, um espaço direcionado para que essas mulheres não precisem estar no mesmo lugar de uma Delegacia de Plantão, acredito que mais mulheres sejam incentivadas a denunciar as agressões”, explica Renata.

Video: PCMG

Apesar do otimismo com a nova estrutura, muitas mulheres ainda não procuram a polícia. A delegada explica que o controle, seja ele financeiro ou emocional, exercido pelos homens em um relacionamento, é o principal fator para que elas sejam coagidas a não denunciar os abusos. “São vários fatores que levam a mulher a não denunciar e não romper o ciclo de violência. O controle financeiro que o homem historicamente exerce e a dependência psicológica são os principais. A mulher pode entrar em um relacionamento e se vê impedida a sair dele pelo vínculo psicológico, ou pela guarda dos filhos e até mesmo vergonha pela situação que ela passa.”

Mas como mudar esse ciclo de violências? Para a Delegada, educar as crianças desde cedo é o ponto essencial para a mudança de chave na sociedade. “A educação é sempre a melhor solução. A violência atinge todo o círculo familiar e também os filhos que presenciam. Se a gente eliminar os estereótipos desde a adolescência e ensinar o certo para que essa cultura não perpetue, podemos fazer um ótimo trabalho. É importante orientação para que todos saibam o que é um relacionamento abusivo e violência doméstica.”  

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