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Morte de gari em BH: Justiça decreta sigilo em parte do processo
Decisão sobre o assassinato do gari Laudemir Fernandes atende a uma solicitação do Ministério Público de Minas Gerais
A Justiça de Minas Gerais determinou sigilo sobre trechos do processo que apura a morte de Laudemir de Souza Fernandes, um gari assassinado em Belo Horizonte (MG). A decisão, tomada pela juíza Ana Carolina Rauen, do Tribunal do Júri, atende a uma solicitação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e visa assegurar a preservação das provas que estão sendo coletadas no caso.
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A medida de sigilo incide sobre a representação policial e a manifestação do Ministério Público, ambas relacionadas ao compartilhamento de dados extraídos do celular de Renê da Silva Nogueira Junior, assassino confesso de Laudemir. Atualmente, Renê Junior se encontra em prisão preventiva.
A juíza justificou a decisão, afirmando: “Considerando as peculiaridades do caso, determino que as diligências/procedimentos que passarão a conter as provas aqui produzidas, tramitem sob sigilo, conforme sugeriu o Ministério Público”.
Relembre o crime
O crime ocorreu na manhã de 11 de agosto, no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte, durante uma confusão de trânsito. Um caminhão de coleta de lixo estava parado quando Renê, dirigindo um carro BYD cinza, se aproximou na contramão. Ele teria ameaçado a motorista do caminhão antes de disparar contra o gari Laudemir de Souza Fernandes, que trabalhava na coleta.
Laudemir, de 44 anos, foi atingido na região torácica e, apesar de ser socorrido no Hospital Santa Rita, em Contagem, não resistiu aos ferimentos.
Testemunhas relataram que Laudemir chegou a dizer “acertou em mim” antes de morrer e que o suspeito “saiu tranquilo e com semblante de bravo” após o disparo.
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Renê fugiu do local no mesmo veículo e foi preso na tarde do mesmo dia, enquanto estava em uma academia de alto padrão no bairro Estoril. Imagens de câmeras de segurança revelaram que, após o assassinato, o empresário manteve uma rotina aparentemente “normal”
Inicialmente, Renê negou a autoria do crime no depoimento prestado logo após a prisão. No entanto, uma semana depois, durante interrogatório no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ele confessou ter matado Laudemir. Ele também afirmou que sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino, não sabia que ele havia se apoderado da pistola calibre .380, que pertencia a ela. A Polícia Civil confirmou que Renê não tinha porte de arma.