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Empresário é denunciado por homicídio triplamente qualificado após matar gari em BH

MPMG acusa Renê da Silva Nogueira Júnior de matar gari a tiros por motivo fútil; denúncia inclui pedido de indenização à família da vítima

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montagem de Renê e Laudemir
Renê Junior é o assassino confesso do gari Laudemir Fernandes | Reprodução

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, ocorrida em Belo Horizonte. A denúncia foi protocolada na quinta-feira (11) e divulgada em coletiva nesta sexta-feira (12).

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Segundo o MPMG, o crime foi classificado como homicídio triplamente qualificado, por ter sido cometido por motivo fútil, em via pública e com uso de arma de fogo ilegal. O promotor Cláudio Barros também destacou que a ação, praticada em horário de intenso movimento, causou perigo comum, configurando outra circunstância qualificadora.

Laudemir foi morto a tiros após o empresário se irritar com a presença de um caminhão de coleta de lixo que ocupava parte da via. Além do disparo contra a vítima, Renê também teria ameaçado a motorista do veículo.

Tentativa de fraude processual

O Ministério Público afirma que Renê tentou enganar a polícia ao pedir que a esposa, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, entregasse uma arma diferente da usada no crime. A manobra, segundo a Promotoria, buscava confundir a perícia e pode configurar fraude processual. Durante as investigações, exames de balística confirmaram que a arma utilizada no homicídio pertencia à delegada.

Indiciamento da delegada

Ana Paula já havia sido indiciada pela Corregedoria da Polícia Civil por porte ilegal de arma de fogo e prevaricação, sob a acusação de ter cedido o armamento ao marido. Segundo o MPMG, as penas dos crimes que recaem sobre ela somam menos de quatro anos, o que abre possibilidade de acordo de não persecução penal (ANPP).

Com isso, o Ministério Público solicitou o desmembramento do processo em relação à delegada, para que a Vara Criminal analise a viabilidade de propor o acordo, que pode incluir medidas como prestação de serviços à comunidade ou pagamento de multa.

Pedido de indenização

Além da denúncia, o MPMG pediu que, em caso de condenação, o empresário seja julgado pelo Tribunal do Júri e pague indenização mínima de R$150 mil à família de Laudemir Fernandes, a título de reparação por danos morais e materiais.

Prisão do acusado

Renê da Silva Nogueira Júnior foi preso horas após o crime em uma academia de Belo Horizonte. Inicialmente, negou o homicídio, mas confessou os disparos durante depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

A defesa do empresário foi procurada pela imprensa, mas não se manifestou até a publicação desta reportagem.