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Padrasto confessa envenenamento de enteado com bolinhos de mandioca

Jovem de 19 anos morreu após ingerir alimento misturado com chumbinho

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Envenenamento
Investigação aponta motivação emocional e execução premeditada do homicídio

Admilson Ferreira dos Santos, 42, confessou à polícia ter colocado veneno em bolinhos de mandioca que ofereceu à família, resultando na morte do enteado Lucas da Silva Santos, 19, em São Bernardo do Campo (SP). O crime ocorreu no dia 11 de julho. 



Ele foi preso em 16 de julho e interrogado, admitindo que também ingeriu parte do alimento ao tentar se suicidar.

Confissão e detalhes do envenenamento

No depoimento, Admilson disse que misturou chumbinho, um tipo de raticida proibido no Brasil, a um pote de creme de leite usado no preparo dos bolinhos.

Depois, molhou os alimentos e os serviu à esposa e aos enteados. Lucas foi quem ingeriu a maior quantidade.

Áudios obtidos pela polícia mostram o padrasto afirmando ter dado os bolinhos a todos: “Dei um pouco para o Lucas, um pouco para o Tiago e um pouco para ela”. Ele também admitiu ter pedido à esposa que comprasse o veneno em Diadema, município vizinho. 

O produto foi adquirido por R$ 25. O comerciante responsável pela venda foi preso, confessou a prática ilegal, mas foi liberado após audiência de custódia.

Motivação e investigação

A delegada Liliane Doretto, responsável pelo caso, informou que o crime está sendo tratado como homicídio qualificado com três agravantes: motivo torpe, uso de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima. 

A polícia acredita que a ação foi premeditada, motivada por conflitos familiares. Mensagens indicam que Admilson não aceitava a intenção de Lucas de deixar a casa.

Durante as investigações, dois irmãos de Lucas relataram ter sofrido abusos sexuais de Admilson quando eram crianças, entre 4 e 9 anos. Não havia registros anteriores desses episódios, segundo a delegada, porque o suspeito exercia controle emocional sobre as vítimas.

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Bolinhos enviados pela tia

Os bolinhos servidos no jantar foram preparados por Cláudia Pereira dos Santos, irmã de Admilson, a pedido dele. Ela declarou à polícia que cozinha por hobby e atendeu ao pedido do irmão sem desconfiança. 

Os alimentos foram entregues por sua filha de 9 anos. Cláudia negou qualquer envolvimento no crime e afirmou manter boa relação com a família.

Lucas passou mal cerca de 30 minutos após comer os bolinhos e morreu em seguida. O velório aconteceu nesta terça-feira (22) em São Bernardo do Campo. 

Admilson permanece preso enquanto o inquérito prossegue. A polícia ainda apura se outros familiares foram afetados e investiga a possibilidade de novas acusações contra o padrasto.