Seis anos após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, pesquisadores identificaram uma nova e alarmante marca do desastre: 100% das crianças examinadas na cidade apresentam metais pesados na urina.
O estudo, conduzido pela Fiocruz Minas e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), revelou a presença de substâncias tóxicas como arsênio, cádmio, mercúrio, chumbo e manganês em todas as amostras analisadas de crianças de 0 a 6 anos. Entre os contaminantes, o arsênio se destaca, com um aumento de 42% para 57% nos níveis acima do recomendado em apenas dois anos, especialmente em áreas próximas à mineração ativa.
Impactos em diferentes faixas etárias
Além das crianças, o estudo também apontou a presença de arsênio em adultos e adolescentes. Entre os adultos, cerca de 20% apresentaram resultados positivos para o metal, enquanto entre os adolescentes o percentual foi de 9%, podendo chegar a 20,4% em áreas mais próximas ao local do rompimento ou de atividades de mineração ainda em operação.
Monitoramento contínuo
O “Programa de Ações Integradas em Saúde de Brumadinho” acompanha anualmente os moradores desde 2021 para identificar os efeitos de médio e longo prazo do desastre. A análise inclui exames clínicos e laboratoriais, visando mapear os impactos à saúde causados pela contaminação ambiental.