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Polícia

Caso da mala: corpo foi mantido em geladeira antes de ser esquartejado

Investigação aponta que o suspeito planejou o crime com antecedência e chegou a criar perfis falsos para monitorar a repercussão

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imagem de câmera de segurança
Crime foi inteiro premeditado, segundo investigações da polícia | Reprodução / Polícia Civil

A investigação sobre o assassinato atribuído ao publicitário Ricardo Jardim, 65 anos, ganhou novos contornos nesta terça-feira (16). De acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, o homem manteve o corpo da companheira, Brasília Costa, 65 anos, na geladeira da pousada onde estavam hospedados. Depois, esquartejou e espalhou pedaços dele por Porto Alegre.

O delegado Mário Souza, diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que Ricardo se preparou previamente para executar o crime. Pagando em dinheiro, na tentativa de não deixar rastros, ele adquiriu serra, luvas, sacos plásticos, fita adesiva e mala para levar o tronco da vítima ao guarda-volumes da rodoviária.

Foram 12 dias até funcionários do local, intrigados pelo cheiro forte vindo da mala, acionarem a polícia.

Acompanhamento da repercussão

Os policiais também descobriram que Ricardo, preso desde o início do mês, criou perfis falsos em redes sociais e utilizava três aparelhos celulares para acompanhar a cobertura do crime que ficou conhecido como “caso da mala”. Ele se empenhava em confundir o trabalho dos investigadores, plantando provas falsas e mesclando informações verdadeiras e inventadas.

Com os aparelhos, chegou ainda a pesquisar técnicas de ocultação de provas, análise de DNA e métodos de desmembramento. A suspeita é de que o publicitário tenha se inspirado em práticas de um ex-colega de prisão ligado a esquartejamentos.

Histórico de violência

O caso não é o primeiro episódio violento a envolver Ricardo, que já foi condenado a 28 anos de prisão, em 2018, após matar e concretar a própria mãe. Beneficiado com progressão ao regime semiaberto em janeiro do ano passado, ele saiu sem tornozeleira eletrônica por falta de equipamentos. Tornou-se foragido meses depois.

Buscas

Ainda não foi definida a causa da morte de Brasília. A polícia aguarda análises laboratoriais que poderão indicar se ela foi dopada antes de ser morta. No entanto, exames já realizados confirmam que o desmembramento aconteceu após o óbito. As buscas pelo crânio da mulher, considerado fundamental para a perícia, continuam.