Saúde
Brasil registra 1º caso de câncer raro ligado a silicone
Paciente de 38 anos morreu dez meses após diagnóstico de tumor associado a silicone
Uma mulher de 38 anos morreu em decorrência de um tipo raro de câncer de mama associado a prótese de silicone. O caso, o primeiro registrado no país, foi descrito por médicos do Hospital de Amor, em Barretos (SP), e publicado em 23 de julho no Annals of Surgical Oncology.
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A paciente havia colocado os implantes aos 20 anos. Duas décadas depois, procurou atendimento após sentir dores e perceber aumento no volume de uma das mamas.
Exames detectaram líquido ao redor da prótese e alterações na cápsula que envolve o implante. A biópsia confirmou a presença de carcinoma espinocelular.
O tratamento incluiu a retirada da prótese e mastectomia. Meses depois, a doença voltou a se manifestar. A paciente morreu dez meses após o novo diagnóstico.
Doença é descrita em poucos casos no mundo
O carcinoma espinocelular relacionado a implantes foi identificado pela primeira vez em 1992. Desde então, pouco mais de 20 ocorrências foram relatadas. O tumor tem evolução rápida e é considerado de difícil controle.
Um levantamento feito pelos pesquisadores brasileiros mostrou que, entre 17 casos documentados, mais da metade apresentou recidiva no primeiro ano. A média de sobrevida foi de pouco mais de 15 meses.
Diagnóstico precoce é decisivo
Não há fatores de risco bem estabelecidos, mas inflamações crônicas na cápsula ao redor da prótese podem favorecer a transformação maligna das células. Os médicos recomendam atenção a sinais como dor persistente, acúmulo de líquido e alterações na mama.
“À medida que mais mulheres vivem longos períodos com implantes, é fundamental investigar qualquer alteração observada”, afirmou o mastologista Idam de Oliveira Junior, coordenador da pesquisa.
Nova proposta de tratamento
A equipe responsável pelo estudo sugeriu uma padronização inédita para o estadiamento e tratamento da doença. A indicação principal é a mastectomia total, que reduz a chance de recorrência.
Segundo os especialistas, quando há metástase, os órgãos mais atingidos são pulmões e fígado. A detecção precoce continua sendo o principal fator para aumentar a sobrevida.