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Esportes

Paris nos deixa lições importantes

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Reprodução / Martin BERNETTI / AFP; Raul ARBOLEDA / AFP; e Pablo VERA / AFP

A Olimpíada de Paris terminou e já estou com saudades. Para quem trabalha com jornalismo esportivo, os grandes eventos provocam jornadas desgastantes, mas muito prazerosas, pois nos dão a certeza de que estamos testemunhando – e retratando – a história sendo feita.

Também é chance de a gente aprender bastante com os atletas e as disputas, muitas delas extremamente acirradas. Nem por isso os derrotados deixam de reconhecer o mérito dos adversários, como ocorreu com a ginasta estadunidense Simone Biles ao ser derrotada pela brasileira Rebeca Andrade no solo.

As duas verdadeiramente se admiram, sabem que uma ajuda a outra a não relaxar, a buscar a evolução constantemente. E comemoram tanto quando ganham quanto diante de uma boa exibição da concorrente.

No skate também há muita camaradagem entre os atletas. Uns torcem pelos outros, vibram quando alguém acerta uma manobra audaciosa, incentivam os concorrentes a arriscar, a romper os próprios limites.

Nos esportes coletivos, isso é um pouco mais difícil. No vôlei feminino, vimos a Seleção Brasileira ser novamente superada pelos EUA, como já havia ocorrido na final em Tóquio 2020. Nenhuma das comandadas por José Roberto Guimarães ficou satisfeita em ser alijada da disputa do ouro nas semifinais e a tendência é a rivalidade aumentar.

No futebol feminino ocorreu o mesmo. Pela terceira vez o Brasil perdeu uma final olímpica para as estadunidenses, tendo de se contentar com a prata, como em Atenas 2004 e Pequim 2008.

Mas não houve tanta reclamação como a que nos acostumamos no futebol masculino no nosso país. Por aqui, jogadores e membros da comissão técnica reclamam mesmo quando vencem, muitas vezes os árbitros e seus assistentes têm de sair de campo escoltados por policiais ou seguranças, não sendo raro também os entreveros entre atletas após o apito final.

São cenas deploráveis, mas que fazem parte do nosso cotidiano. Seria bom que os clubes instruíssem melhor seus funcionários, pois são eles os principais interessados que o público seja brindado com espetáculo, não com grosserias verbais e físicas ou mesmo cenas de pugilato.

Os patrocinadores não devem ficar nada satisfeitos quando os profissionais partem para as vias de fato usando suas marcas, dando péssimo exemplo para as crianças e os jovens. Um pouco de espírito olímpico não faria mal aos nossos futebolistas.

CLÁSSICO SEM GOLS

Cruzeiro e Atlético ficaram no 0 a 0 no clássico disputado na noite de sábado, no Mineirão, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado foi ruim para as pretensões de ambos, mas fez jus ao futebol apresentado.

É natural que em embates deste tamanho as equipes se resguardem um pouco mais. No caso do Galo, Gabriel Milito deixou o time mais seguro defensivamente ao apostar em três volantes no meio-campo – Otávio, Fausto Vera e Alan Franco –, deixando Gustavo Scarpa como único armador. Também contou com a pouca inspiração de Matheus Pereira, principal jogador celeste do meio para frente e que pouco produziu.

Agora, os rivais vão se concentrar em competições continentais. Coincidentemente, vão atuar na mesma cidade, Buenos Aires, o Atlético hoje, contra o San Lorenzo, pela Copa Libertadores; o Cruzeiro na quinta-feira, na mítica Bombonera, diante do Boca Juniors, pela Sul-Americana. Que reencontrem o melhor futebol e voltem a BH com vitórias.