Justiça
Gari morto em BH: Justiça determina novo bloqueio de bens
Justiça determina bloqueio de bens de mais R$ 200 mil de Renê Junior e da delegada Ana Paula após assassinato do gari Laudemir
A Justiça de Minas Gerais determinou nesta terça-feira (23) o bloqueio de mais R$ 200 mil em bens e valores do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, que confessou ter assassinado o gari Laudemir de Souza Fernandes, e da esposa dele, a delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamego Balbino Nogueira.
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A medida faz parte do processo de indenização por danos morais movido pela viúva de Laudemir. Ela pede reparação financeira e também exige a garantia de que o casal não dilapide o patrimônio antes do julgamento definitivo.
Na semana anterior, em 17 de setembro, o Judiciário já havia bloqueado R$ 1,2 milhão em contas bancárias e aplicações financeiras pertencentes ao casal.
Além da viúva, a filha menor de idade de Laudemir também acionou a Justiça. No pedido, ela requer indenização por danos morais, pensão mensal, custeio de sessões de terapia, bloqueio de imóveis e ainda o acesso às declarações de imposto de renda dos réus.
Segundo a acusação, Renê utilizou a arma de fogo registrada em nome da delegada Ana Paula. A defesa da família da vítima sustenta que a policial foi negligente ao não armazenar o armamento de forma segura. O juiz Marcus Vinicius do Amaral Daher, da 3ª Vara Cível de Contagem, acolheu esse argumento.
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Relembre o caso
O gari Laudemir de Souza Fernandes perdeu a vida na esquina das ruas Jequitibá e Modestina de Souza, em Belo Horizonte. Ele realizava a coleta de lixo quando o empresário Renê Junior passou de carro e exigiu que o caminhão fosse retirado da via para liberar a passagem de seu veículo, um BYD elétrico.
A motorista do caminhão de lixo declarou que havia espaço suficiente para o automóvel trafegar, mas Renê se irritou e chegou a ameaçar atirar contra ela. Nesse momento, os garis tentaram intervir e pediram para que o empresário se acalmasse. No entanto, Renê disparou contra Laudemir.
Ferido, o trabalhador foi socorrido pela Polícia Militar e levado em uma viatura até o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu pouco depois. Horas depois, a polícia prendeu o empresário em uma academia de luxo de Belo Horizonte.