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Laudo aponta falha nos freios em acidente com ônibus de turismo

Em 3 de outubro, um ônibus de turismo perdeu o controle no Centro Histórico de Porto Alegre, atingiu carros e provocou um incêndio

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Imagem do laudo pericial.
Laudo técnico do Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirma que falha no sistema de freios causou o acidente com o ônibus de turismo no Centro Histórico de Porto Alegre. Crédito: Ian Tâmbara/Agência RBS

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou que uma falha nos freios causou o acidente com um ônibus de turismo que desceu desgovernado uma rua, atingiu vários carros estacionados e provocou um incêndio em um prédio no Centro Histórico de Porto Alegre.

Os peritos detectaram um desgaste acentuado no pino rolete das sapatas de freio das rodas do eixo de tração. Esse defeito, segundo o relatório, reduziu de forma significativa a eficiência do sistema de frenagem, comprometendo tanto o freio de serviço quanto o freio de estacionamento.

Ônibus circulava com peso acima do permitido

Além disso, os especialistas verificaram que o veículo circulava com o peso muito acima do permitido para a região. O ônibus pesava aproximadamente 25 toneladas, incluindo os 57 passageiros, enquanto o limite máximo da área é de 12 toneladas. Como resultado, o veículo desceu a rua em apenas oito segundos, o que demonstra a ausência completa de frenagem, resistência de rolamento e uso de motor.

O IGP reforçou, ainda, que baseou suas conclusões em critérios técnicos e científicos e seguiu rigorosamente os protocolos oficiais de perícia criminal. Em seguida, o delegado Carlo Butarelli, responsável pela investigação, afirmou que vai ouvir novamente o motorista para que ele explique os detalhes do laudo pericial. Depois dessa nova oitiva, o delegado pretende concluir o inquérito policial e encaminhar o caso ao Ministério Público (MP).

Contudo, ele adiantou que o motorista provavelmente não será indiciado. Segundo o delegado, o caso caracteriza-se como lesão corporal culposa, isto é, sem intenção de provocar o acidente. Dessa forma, a ocorrência apresenta menor potencial ofensivo. Butarelli também ressaltou que o condutor possuía habilitação adequada e não havia ingerido bebida alcoólica antes do ocorrido.

Relembre o caso

No dia 3 de outubro, o ônibus de turismo transportava 55 adolescentes e duas acompanhantes em uma excursão que saiu de Vacaria, na Serra Gaúcha, com destino ao Palácio Piratini, em Porto Alegre.

Antes do acidente, o motorista parou o veículo na Rua Espírito Santo porque o ônibus encostou em fios de energia elétrica. De acordo com as imagens de câmeras de segurança, o condutor saiu do ônibus para verificar o problema. Entretanto, poucos segundos depois, o veículo começou a se mover sozinho e desceu a rua desgovernado.

Durante a descida, o ônibus colidiu com dez carros estacionados e, em seguida, provocou um incêndio que atingiu um prédio residencial. Logo após o impacto, o Corpo de Bombeiros chegou rapidamente ao local e conseguiu controlar o fogo. Felizmente, nenhum passageiro sofreu ferimentos graves, embora a Secretaria de Saúde de Porto Alegre tenha prestado atendimento médico a 12 pessoas.

Por fim, em depoimento à Polícia Civil, o motorista declarou que o sistema de freio apresentou falha. O então delegado Paulo Jardim explicou que o condutor acionou o freio de mão assim que alguém o alertou sobre o contato do veículo com os fios de energia. Em seguida, ele saiu para verificar a situação, mas percebeu que o ônibus começou a se mover e descer descontroladamente.