Notícias
Pai denuncia médico visto em bar antes de morte de bebê: ‘Cheirava a cerveja no parto’
Profissional teria ingerido álcool antes do plantão; Justiça decretou prisão preventiva, e Polícia Civil pode acionar PF e Interpol
A morte de um recém-nascido durante um parto de emergência em Eirunepé, no interior do Amazonas, desencadeou uma investigação que agora mobiliza autoridades estaduais, federais e internacionais. Segundo a família da adolescente de 17 anos que entrou em trabalho de parto na madrugada de 22 de novembro, o médico responsável pela cesariana chegou ao hospital com sinais de embriaguez e horas depois do chamado.
Leia também:
- Médico é condenado por fraudar fila de cirurgias do SUS
- Médico é preso por falsificar laudos para cultivo de maconha
- Médico é preso ao pedir sexo com criança de 5 anos à mãe dela
O profissional, identificado como Humberto Fuertes Estrada, de nacionalidade boliviana, era o plantonista escalado para aquela noite no Hospital Municipal Vinícius Conrado. Imagens de câmeras de segurança mostram que, entre 23h de sexta-feira e cerca de 2h da madrugada, ele permaneceu em um bar da cidade consumindo bebidas alcoólicas.
Demora no atendimento
Às 4h, a gestante chegou ao hospital necessitando de cirurgia imediata, mas o médico não foi encontrado. Servidores da unidade e funcionários da prefeitura tentaram localizá-lo em casa e em outros endereços, sem sucesso. Fuertes só se apresentou por volta das 9h, quando realizou o procedimento.
O Conselho Regional de Medicina do Amazonas afirmou que acompanha o caso e encaminhou as informações à corregedoria para abertura de apuração.

Relato da família
Segundo o g1, o pai da adolescente relatou que a jovem chegou a notar que o médico aparentava estar sob efeito de álcool quando finalmente entrou no centro cirúrgico. Ela comentou ter sentido cheiro de cerveja e percebido comportamento alterado, com frases repetitivas e sinais de agitação. Familiares disseram ter recebido a mesma impressão de outros profissionais do hospital.
Médico deixa a cidade e vira alvo de busca
Após prestar depoimento à Polícia Civil em Eirunepé, o médico deixou o município no dia seguinte. Registros de viagem indicam que ele seguiu primeiro para Envira e, depois, para o Acre. A investigação trabalha com a possibilidade de que ele tenha atravessado a fronteira rumo à Bolívia.
Yezuz Pupo, o delegado responsável pelo caso, afirmou que a saída repentina sem aviso reforçou o pedido de prisão preventiva, em razão do risco de fuga e do fato de Fuertes ter dupla nacionalidade.
A Justiça acatou o pedido, apontando que a prisão é necessária para garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da lei. A Polícia Civil informou que deve acionar a Polícia Federal e a Interpol caso se confirme a fuga internacional.