Polícia
Pastor é procurado por liderar esquema de extorsão
Ulisses Batista, líder religioso em Cuiabá, é acusado de comandar grupo criminoso que controlava venda de água e lavava dinheiro
Ulisses Batista, líder de uma igreja localizada no bairro Pedra 90, em Cuiabá (MT), é procurado pela Polícia Civil sob a suspeita de comandar um esquema de extorsão ligado a uma facção criminosa com atuação em Várzea Grande, Cuiabá e no Rio de Janeiro.
Ele é o principal alvo da Operação Falso Profeta, deflagrada na quinta-feira (20/3) pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco).
Mandados e bloqueios
A operação cumpriu 30 ordens judiciais, incluindo sete mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão. Também foi determinado o bloqueio de contas bancárias com valores que podem chegar a R$ 1,5 milhão, além do sequestro de veículos e da proibição de atividades econômicas de empresas ligadas ao grupo investigado.
De acordo com os investigadores, Ulisses Batista é apontado como mentor e articulador do esquema, atuando como ponte entre os interesses da facção e a fachada religiosa usada para encobrir as atividades ilícitas.
As investigações indicam que o grupo atuava por meio de um suposto projeto social chamado Projeto Água 20LT, utilizado como cobertura para o esquema de extorsão. Comerciantes da região eram obrigados a comprar galões de água exclusivamente do grupo. Além disso, pagavam uma taxa extra de R$ 1 por unidade vendida, valor que era repassado ao grupo criminoso.
- Falta de saneamento leva MG a liderar internações por doenças
- Brasileira é presa na Argentina após descartar recém-nascida no lixo
- Advogado faz declarações racistas contra juíza e caso é investigado
O controle era feito por meio de grupos de WhatsApp, onde as distribuidoras eram monitoradas. A atuação do grupo iniciava com abordagens amistosas e evoluía para ameaças diretas. Em alguns casos, membros da facção visitavam os estabelecimentos para impor as regras do esquema.
Para movimentar os valores obtidos com a extorsão, os envolvidos mantinham uma empresa de fachada e operavam com um caminhão próprio para distribuição de água. Parte dos lucros era enviada ao Rio de Janeiro, onde a polícia acredita que Ulisses esteja escondido.
A Polícia Civil segue as buscas pelo investigado, que está foragido desde o início da operação. As investigações continuam em andamento.