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Ciência

Cochilos fora do padrão podem representar risco, revela estudo

Pesquisa com mais de 86 mil pessoas aponta que sonecas prolongadas e irregulares estão associadas a problemas de saúde graves

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Mulher deitada em uma cama com roupa de dormir de cetim, descansando com expressão tranquila sobre um travesseiro rosa claro.
Cochilos curtos e bem planejados, como parte de uma rotina saudável de sono, podem melhorar o foco e o bem-estar (Foto: pixabay)

Cochilar durante o dia pode parecer inofensivo, mas um estudo apresentado no congresso SLEEP 2025 acendeu o sinal de alerta. De acordo com os pesquisadores, a forma como uma pessoa tira suas sonecas diurnas pode estar ligada ao aumento do risco de morte. A pesquisa acompanhou os hábitos de sono de 86 mil adultos com média de 63 anos e revelou uma relação direta entre cochilos desordenados e a saúde.

Os dados mostram que cochilos com duração superior a 30 minutos aumentam em até 20% o risco de morte. Sonecas com horários ou durações muito variáveis também elevam esse risco em aproximadamente 14%. Até o momento do dia em que a pessoa descansa importa: cochilar entre 11h e 15h demonstrou associação com maior mortalidade, embora o impacto tenha sido menor.

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Embora dormir brevemente após o almoço seja um hábito comum, especialmente entre idosos, cochilos longos e imprevisíveis podem estar mascarando problemas sérios — como distúrbios do sono ou doenças ainda não diagnosticadas. Os especialistas ressaltam que, quando o sono noturno está comprometido, o corpo tenta compensar durante o dia — o que nem sempre é saudável.

A recomendação é clara: cochilos devem durar, no máximo, 30 minutos e acontecer antes das 15h. Sonecas curtas ajudam a restaurar a concentração e o bom humor, sem atrapalhar o sono noturno.

O estudo não aponta os cochilos como causadores diretos da morte, mas destaca que padrões irregulares de sono podem ser um termômetro da saúde geral. Para quem vem dormindo demais durante o dia ou de forma imprevisível, o ideal é buscar avaliação médica. O cochilo, quando feito do jeito certo, pode ser um aliado — mas, fora do padrão, pode funcionar como um alarme que não deve ser ignorado.