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Mulher que abandonou o filho é solta e volta a ficar com a criança

do a conselheira tutelar da cidade de Curral de Dentro, Simone Soares, é o procedimento padrão previsto na lei em casos que o acusado não apresenta histórico de queixas.

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Crédito: Pixabay

Está solta e novamente com a criança, a mulher que trancou o filho de 7 anos em um apartamento na cidade de Curral de Dentro, no norte de Minas, para poder ir em uma festa.

A prisão ocorreu na segunda-feira (26), após os Policiais Militares serem acionados pelo Conselho Tutelar para atender uma ocorrência de abandono de incapaz na noite de domingo.

A mulher, de 23 anos, deixou o menor trancado em um apartamento no segundo andar e foi participar de uma festa na cidade de Salinas, que fica a mais de uma hora do local.

Depois de ter sido localizada, a mulher foi presa em flagrante e conduzida para delegacia. Depois de algumas horas, a mulher pagou a fiança e foi liberada.

A mulher, assim que deixou a delegacia, já retomou a guarda da criança e está com ela.

Segundo a conselheira tutelar da cidade de Curral de Dentro, Simone Soares, é o procedimento padrão previsto na lei em casos que o acusado não apresenta histórico de queixas.

“A criança voltou para a mãe, pois a genitora não tem nenhum tipo de passagem ou queixa contra ela. Ela não tem histórico desse tipo de ocorrência”, explica. “Agora, a criança será acompanhada pela equipe do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e pelo psicólogo da unidade”, complementa.

Dados de abandono em Minas Gerais

Segundo os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (SEJUSP MG), de janeiro até julho desse ano 586 crianças de 0 a 11 anos foram abandonadas.

O número é o maior dos últimos três anos. Quando se trata de abandono entre 12 e 17 anos, 2022 também aparece como destaque, são 202 abandonos só no primeiro semestre.

O abandono de incapaz não se refere somente ao abandono definitivo. Deixar a criança sozinha em casa, como o caso de Curral de Dentro, mesmo que por uma curto período é crime.

Além disso, outras ações como deixar bebê dentro do carro e deixar crianças em condições insalubres também se enquadram como crime de abandono de incapaz.

Para Diego Resende, psicólogo da Saúde no Lar, os traumas envolvendo abandonos podem gerar problemas graves nas crianças, que podem persistir por toda vida.

“Um dos maiores traumas que podem aparecer devido a esse abandono é a rejeição. A criança cria uma ideia distorcida de que ela foi rejeitada. Isso pode acontecer em situações parentais e dos cuidadores que abandonaram essa criança, podendo gerar angústia, raiva e afetando o convívio social se não tratado da forma correta”, explica o psicólogo.

Além disso, Diego destaca que os traumas causados pelo abandono podem se desdobrar nos relacionamentos daquela pessoa no futuro.

“Há uma maior probabilidade de entrar em relacionamentos abusivos ou ser a pessoa abusadora, de se ter uma desconfiança exagerada, um estilo de vida caótico, dificuldade de demonstrar afeto, quadro de depressão e ansiedade, ciúmes e comportamento possessivo, incapacidade de gerir emoções, baixa autoestima e ausência de amor próprio”, relata.

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